Sífilis gestacional: fatores associados, comportamento de risco e repercussões neonatais

Rev. Enferm. Atual In Derme; 87 (Suplemento ), 2019
Publication year: 2019

Objetivo:

analisar o comportamento de risco, os fatores associados e as repercussões neonatais em gestantes com sífilis.

Método:

estudo transversal, descritivo e retrospectivo, composto por 107 casos de sífilis gestacional em um hospital referência em gestação de alto risco, no período entre janeiro de 2016 e abril de 2017. Para análise estatística, foram aplicados os testes de qui-quadrado de Yates e Exato de Fisher.

Resultados:

maior ocorrência em mulheres jovens (56,1%), de cor não branca (81%), sem companheiro (53%), procedentes de outros municípios (65%), com menor escolaridade (62%) e sem exercer atividade remunerada (82%). Apesar de realizarem o pré-natal (95%), obtiveram um tratamento inadequado para a infecção (60%) e sem adesão dos parceiros sexuais (48%). Houve um predomínio de recém-nascidos pré-termos (51%), classificados com baixo peso ao nascer (35%) e vivos (90%). Houve uma associação estatisticamente significante entre o comportamento de risco com a escolaridade de até 8 anos de estudos (p<0.010), número de consultas de pré-natal <6 (p<0.001) e ocorrência de parto vaginal (p<0.032).

Conclusão:

as desigualdades sociais, aliadas às falhas na assistência pré-natal, corroboram para a persistência do quadro epidemiológico de sífilis no Brasil

Objective:

to analyze the risk behavior, associated factors and neonatal repercussions in pregnant women with syphilis.

Method:

a cross-sectional, descriptive and retrospective study of 107 cases of gestational syphilis in a high-risk gestational hospital, in the period between January 2016 and April 2017. For statistical analysis, the chi-square Yates and Fisher’s Exact test were applied.

Results:

greater occurrence in young women (56.1%), non-white skin color (81%), without companion (53%), coming from other municipalities (65%), lower schooling (62%) and without exercising paid activity (82%). Although they performed prenatal care (95%), they were inadequately treated for infection (60%) and without adherence of sexual partners (48%). There was a predominance of preterm newborns (51%), classified as having low birth weight (35%) and alive (90%). There was a statistically significant association between risk behavior with up to 8 years of schooling (p <0.010), number of prenatal consultations <6 (p <0.001), and vaginal delivery (p <0.032).

Conclusion:

social inequalities, together with failures in prenatal care, corroborate the persistence of the epidemiological presentation of syphilis in Brazil