Deficiências, incapacidades e desvantagens decorrentes de causas externas: análise em pacientes internados no IOT-HCFMUSP, 1991

Publication year: 1995

Trata-se de um estudo descritivo sobre as conseqüências das causas externas de vítimas internadas no Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de Säo Paulo (IOT-HCFMUSP). O estudo foi realizado em duas fases e teve como base a Classificaçäo Internacional das Deficiências, Incapacidades de Desvantangens (DIDV) como método de classificaçäo e codificaçäo das seqülas. As deficiências (D) säo representadas por qualquer perda ou alteraçäo de uma estrutura ou funçäo psicológica, fisiológica ou anatômica. As incapacidades (I) säo definidas como sendo qualquer restriçäo ou perda (resultante de uma deficiência) da capacidade de realizar uma atividade dentro dos moldes e limites normais para um ser humano. A desvantagem (DV) é conceituada como a condiçäo social de prejuízo sofrido por um indivíduo, (resultante de uma deficiência ou incapacidade), que o limita ou o impede de desempenhar uma atividade normal para a sua idade, sexo e fatores sócio-culturais OMS (). Na 1§ fase, analisou-se retrospectiva a populaçäo de 1804 vítimas com lesöes produzidas, principalmente por acidentes de trânsito (41,60 por cento) e quedas acidentais (32,50 por cento), das quais 0,88 por cento evoluíram para óbito nos primeiros 26 dias pós-evento. Houve predomínio do sexo masculino (76,00 por cento) e a faixa etária de 15 e 59 anos foi a mais acometida (91,46 por cento) para os acidentes de trânsito, enquanto que, nas quedas acidentais, predominaram as faixas de 35 a 85 anos (65,23 por cento). Os membros e a cintura pélvica foram as regiöes mais comprometidas (61,00 por cento) e os níveis de ocupaçäo predominates antes do evento, eram os de nível I (29,10 por cento) e nível II (27,12 por cento). Nesta 1§ fase, verificamos que em 1100 (61,52 por cento) vítimas havia registro de seqüelas, e estas foram classificadas basicamente como deficiências, e que somente 11 (1,00 por cento) tinham registro de incapacidades e 6 (0,55 por cento) de desvantagens. Na 2§ fase, aprofundando a análise em uma amostra de 61 vítima seqüeladas, por meio de entrevista no domicílio, num intervalo aproximado no mínimo 3 anos e máximo de 4 anos, entre o evento e a visita, foi possível constatar que todas as vítimas ainda apresentavam deficiências e que 98,36 por cento tinham incapacidade e 77,05 por cento, desvantagens. A inter-relaçäo das DIDV foi melhor visuslizada e ela foi encadeada principalmente a partir das deficiências mecânicas dos membros