Programas saúde da família: modalidade de conhecimento socialmente elaborado

Publication year: 2001

O estudo tem por objetivos apreender as representações sociais elaboradas por enfermeiras, agentes de saúde e famílias sobre o PSF e contribuir para o redimensionamento das práticas de saúde no âmbito do PSF a partir das representações sociais identificadas. O estudo foi realizado em um Município da região litorânea, localizado a 29 km de Fortaleza, com nove enfermeiras, cinqüenta e quatro agentes de saúde e setenta e cinco mulheres da comunidade. A coleta dos dados foi realizada em visitas às unidades básicas de saúde na sede áreas rurais e famílias selecionadas utilizando-se de observação direta, entrevista semi-estruturada e documentos técnico-normativos. Os dados coletados foram submetidos à técnica de análise de conteúdo, dos quais emergiram as seguintes categorias: conhecimentos sobre o Programa de Saúde da Família; práticas profissionais no PSF; expectativas, reivindicações e possibilidades em relação à comunidade do Programa. Os resultados apresentam conhecimentos socialmente elaborados por enfermeiras, agentes de saúde e famílias sobre o programa de Saúde da Família, com posicionamentos favoráveis, representando-o como um caminho à “redução do sofrimento, favorecendo uma comunicação mais eficaz a partir do trabalho realizado em equipe capaz de atender as suas reivindicações”. Como posicionamento desfavoráveis, os sujeitos sociais representados pela “preocupação em atingir metas e atendimento ambulatorial”. Isto significa um distanciamento entre o que falam os governantes e o cotidiano vivenciado pelos sujeitos da pesquisa. Desta forma, observa-se que a continuidade do Programa é apenas possível com o comprometimento do gestor municipal, estadual e federal, eliminando os “sentimentos de incerteza e desconfiança de resolubilidade das condições de vida” e especialmente na melhoria da qualidade de vida da população.