Acesso a terapia medicamentosa na perspectiva de pacientes e profissionais de saúde

Publication year: 2012

Estudo de caso de abordagem qualitativa fundamentada na sociologia compreensiva com o objetivo de compreender o acesso a medicamentos nos momentos pré, intra e pós-internação hospitalar, segundo perspectivas dos usuários e profissionais de saúde de um hospital de ensino. O cenário de estudo foi um hospital de ensino geral, de grande porte e referência em trauma, urgência e emergência, localizado na região norte do município de Belo Horizonte. Os sujeitos foram sete pacientes, nove acompanhantes e 14 profissionais de saúde, em um total de 30 participantes, determinados por saturação de dados. A coleta de dados foi por meio de entrevistas a partir de um roteiro semiestruturado para cada segmento.

Os dados foram submetidos à análise de conteúdo e organizados em quatro categorias:

1.

Dos remédios que tomo aos que não sei:

nas mãos dos profissionais de saúde; subdividida em duas subcategorias - A (in)atividade do paciente versus o tecnicismo profissional e A admissão e alta hospitalar como marcos na transição do cuidado; 2. A (des)continuidade da farmacoterapia; 3. Informação como estratégia de acesso aos medicamentos; 4. Acessibilidade possível. Os resultados mostram que os medicamentos ganham maior ou menor projeção nos cuidados ao paciente, além de serem uma das estratégias de atenção à saúde na hospitalização. Por isso, o acesso à farmacoterapia se torna heterogêneo, permeado de valores, relações e subjetividades, provocando sentimentos pautados no entendimento da necessidadedo uso dos medicamentos, do medo da reinternação, da indisponibilidade da farmacoterapia nas Unidades de Atenção Primária à Saúde e da incapacidade de compra de medicamentos pelo usuário. Apesar de programas que ofereçam abastecimento de medicamentos, o acesso a estes nos períodos pré e pós-internação se mostra fragilizado, constituindo-se um dos fatores fortalecedores do “caminhar cíclico” do paciente na rede de cuidados. As barreiras ao acesso referentes à informação...
Case study with qualitative approach based on comprehensive sociology aiming at understanding the access to medications during pre, intra and post-hospitalization, according to perspectives from users and health professionals of a teaching hospital. The study’s scenario is a large general teaching hospital that is reference in trauma, urgent care and emergency located at the North of Belo Horizonte. Seven patients,nine companions and 14 health professionals, a total of 30 participants, were the subjects determined by data saturation. Data was collected through interviews based on a semi-structured script for each segment.

The data was submitted to content analysis and organized in four categories:

1. From the medications that I take to the ones I don’t know: in the hands of health professionals; subdivided into two subcategories – Patient’s (in) activity vs. professional tecnicism and Hospital admission and discharge as landmarks to the caring transition; 2. (Des) continuity ofdrug therapy; 3. Information as medication’s access strategy; 4. Possibleaccessibility. Results show that medications earn greater or lesser projection in the patient’s care besides being one of the strategies of health care in hospitalization. Thus, access to drug therapy becomes heterogeneous and permeated by values, relations and subjectivities provoking feelings based on the understanding of the need to medication use, fear of re-hospitalization, non-availability of drug therapy in the Primary Health Care Unities and the user’s inability to buy medication. Despite programs which offer medication supplies, access to them in the pre and posthospitalization periods is fragile constituting one of the factors which strengthen the patient’s ‘cyclical walk’ in the health care net. The access barriers regarding information present themselves as a complex issue which involves different work processes permeated by both patient-professional relationships and interprofessio...