Nascida na cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro, Waleska Paixão era a sexta filha do engenheiro Henrique Paixão e Ludovina Vale Paixão, sabia comunicar-se em três línguas estrangeiras: inglês, francês e espanhol, foi professora desde os 14 anos de idade no Externato Paixão, fundado por seu avô, do qual foi diretora por um tempo. Também tornou-se catequista autodidata. Waleska teve o envolvimento formal com a Enfermagem com 33 anos de idade como professora da disciplina de Drogas e Soluções, a convite de Laís Netto dos Reys, amiga da família e diretora da Escola de Enfermagem Carlos Chagas de Belo Horizonte. Concomitantemente, foi aluna e professora da referida escola. Aos 35 anos de idade, recebeu o diploma de enfermeira e, após 4 meses da sua formatura, assumiu o cargo de diretora da EECC, conseguindo sua equiparação ao padrão Anna Nery, em 1942. Em 1943 Waleska Paixão recebeu uma bolsa para estudar Administração e Ensino de Enfermagem na Universidade de Cornell, nos EUA. Após 10 meses no exterior, voltou ao Brasil e continuou seu trabalho na EECC. Ainda em 1943, Waleska reconheceu a necessidade de melhorar a administração na enfermagem e liderou um grupo de estudos para abordar essa questão. Ela desempenhou um papel crucial para a fundação da Associação Brasileira de Enfermeiras Diplomadas (ABED) em Minas Gerais, criada em 1947. Waleska deixou a EECC em 1948 devido a discordâncias sobre o direcionamento da escola e, em 1950, se tornou diretora da Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade do Brasil. Ela ocupou esse cargo por 16 anos, focando no crescimento da profissão e no desenvolvimento da escola. Waleska também foi presidente da ABEn Nacional de 1950 a 1952 e redatora da Revista Brasileira de Enfermagem de 1947 a 1953. Waleska Paixão teve um impacto significativo na enfermagem brasileira. Em 1965, participou da revisão do currículo mínimo de enfermagem quando o ensino superior estava sob o Conselho Federal de Educação. Recebeu várias homenagens ao longo de sua carreira, incluindo a primeira medalha de prata “Enfermeira do Ano”, em 1960 e o título de "Doutor Honoris Causa"em 1983. Ela se aposentou em 1970, dedicando-se à pastoral por duas décadas, até problemas de saúde a levarem de volta a Petrópolis, onde faleceu em 1993. Além de seu trabalho na enfermagem, ocupou cargos na Associação Brasileira de Enfermeiras Diplomadas e em comissões ministeriais, lutando pela valorização da enfermagem como profissão, considerando o nível superior e médio como constituinte da equipe de enfermagem.

Diretora da Escola de Enfermagem Carlos Chagas (EECC) em Minas Gerais (1938-1948)
Diretora da Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade do Brasil (1950-1966)
Presidente da Associação Brasileira de Enfermeiras Diplomadas (ABED) (atual Associação Brasileira de Enfermagem - ABEn) (1950-1952)

Paixão W. Páginas de história da enfermagem Rio de Janeiro (RJ): Universidade do Brasil; 1951. 1a Ed.
Paixão W. A formação moral da estudante de enfermagem. Rev Bras Enferm 1952 jan; (5): 17- 23.
Paixão W. Hoje, mais do que ontem. Rio de Janeiro (RJ): PAT Serviços e Produções Gráficas; 1987.

Azevedo JMD., Carvalho VD., Gomes MDLB. (2009). Waleska Paixão: uma biografia a serviço da enfermagem brasileira. Escola Anna Nery, (13):31-35.
https://www.scielo.br/j/ean/a/ZnM6vrn4PXjpGJBcZZ6jSxp/
Santos, G. F. D., Caldeira, V. D. P., & Moreira, S. A. (2010). A inserção de Waleska paixão na enfermagem. Escola Anna Nery, 14, 268-274.
https://www.scielo.br/j/ean/a/tpfGBjqcwJ4DxJ8pXzfmJKM/

Autoria: Gabriela Marinho, José Felipe da Silva, Kallyandra de Matos e Mariana Medeiros - Estudantes do Curso de Graduação da Escola de Enfermagem Anna Nery/Universidade Federal do Rio de Janeiro. Disciplina Estudos de História da Enfermagem.