Hist. enferm., Rev. eletronica; 6 (2), 2015
Publication year: 2015
Introdução:
As sangrias são heranças da Antiguidade, comuns em tratamentos médicos e presentes no ensino de técnicas de enfermagem no Brasil. Objetivo:
Descrever o ensino da semiotécnica de sangrias realizadas pelas primeiras enfermeiras brasileiras. Método:
Pesquisa descritiva e histórica, baseada em cuidados de enfermagem, com recorte temporal de 1890 até 1949. Foram consultados livros e artigos de periódico desse período, abordando-se cada técnica de sangria. Resultados:
Quatro livros, escritos por médicos e enfermeiros, indicaram que as alunas de enfermagem aprendiam a auxiliar ou a aplicar a técnica de flebotomia, ventosa sarjada e sanguessuga. A flebotomia era realizada de modo direto (venossecção) e indireto (por orifícios). A ventosa sarjada consistia na produção de feridas e extração por vácuo, utilizando-se aparelhos escarificadores. A sanguessuga era uma ventosa sarjada natural e viva, que demandava técnicas peculiares para colocação e retirada da pele, com muitas precauções. Conclusões:
As sangrias consistiam em procedimentos rotineiros mas dolorosos e radicais para os pacientes. Além disso, traziam diversos riscos ocupacionais para as enfermeiras, seja pela exposição ao sangue, seja pela manipulação de animais vivos.