Fatores associados à violência contra mulher na vida pregressa de mulheres encarceradas
Factors associated with violence against women in the previous life ofimprisoned women
Factores asociados a la violencia contra la mujer en la vida pasada de mujeres detenidas

REME rev. min. enferm; 23 (), 2019
Publication year: 2019

Sob o olhar da saúde pública, a desproporcional carga de doença física e psiquiátrica no sistema carcerário apresenta um desafio e uma oportunidade para ações interdisciplinares em todo o mundo.

OBJETIVO:

verificar a prevalência e os fatores associados à violência na vida pregressa das reeducandas da Penitenciária Feminina de Campinas-SP.

MÉTODO:

trata-se de estudo transversal realizado com 1.013 reeducandas. Realizou-se análise de regressão logística múltipla.

RESULTADOS:

sofreram violência psicológica 40,3% e violência física/sexual 31,2% das mulheres. Cor da pele não branca (OR=1,40; IC95%:1,09 - 1,81), uso de tranquilizante (OR=1,40; IC95%:1,04-1,93), violência física referida antes dos 15 anos de idade (OR=1,40; IC95%:1,05-1,87) e transtorno mental comum (OR=1,95; IC95%:1,47-2,60), associaram-se positivamente à violência psicológica. A prevalência de violência física foi maior nas mulheres solteiras/divorciadas/separadas, naquelas que presenciaram agressão física na infância e com rastreamento positivo para TMC.

CONCLUSÃO:

entre as demandas específicas do gênero, merece especial atenção a violência contra a mulher, já que é um agravo recorrente, que causa danos irreparáveis à saúde física e psicológica das vítimas, configurando-se em um problema de saúde pública. Ações de promoção da saúde e cultura de paz devem ser trabalhadas desde a infância.(AU)
From a public health perspective, the disproportionate burden of physical and psychiatric illness in the prison system presents a challenge and an opportunity for interdisciplinary action around the world.

Objective:

to verify the prevalence and factors associated with violence in the previous life of female prisoners of the Campinas Penitentiary for Women – SP.

Method:

this is a cross-sectional study conducted with 1,013 inmates. Multiple logistic regression analysis was performed.

Results:

40.3% of the women suffered psychological violence and 31.2% suffered physical/sexual violence. Non-white skin color (OR=1.40; 95% CI: 1.09 – 1.81), tranquilizer use (OR=1.40; 95% CI: 1.04-1.93), physical violence reported before 15-year-olds (OR=1.40; 95% CI: 1.05-1.87) and common mental disorder (OR=1.95; 95% CI: 1.47-2.60) were positively associated to psychological violence. The prevalence of physical violence was higher in single/ divorced/separated women, in those who witnessed physical aggression in childhood and with positive CMD screening.

Conclusion:

among the gender-specific demands, violence against women deserves special attention, since it is a recurring offense that causes irreparable damage to the physical and psychological health of the victims, thus constituting a public health problem. Actions to promote health and peace culture must be worked on from childhood.(AU)
Desde una perspectiva de salud pública, la carga desproporcionada de enfermedades físicas y psiquiátricas en el sistema penitenciario presenta un reto y una oportunidad para la acción interdisciplinaria en todo el mundo.

Objetivo:

verificar la prevalencia y los factores asociados con la violencia en el pasado de las presas en CampinasSP.

Método:

estudio transversal con 1.013 reeducandas. Se realizó un análisis de regresión logística múltiple.

Resultados:

el 40,3% de las mujeres sufrió violencia psicológica y el 31,2% violencia física / sexual. La tez no blanca (OR = 1,40; IC 95%: 1,09 – 1,81), el uso de tranquilizantes (OR = 1,40; IC 95%: 1,04-1,93), la violencia física reportada antes de los 15 años (OR = 1,40; IC 95%: 1,05-1,87) y el trastorno mental común (OR = 1,95; IC 95%: 1,47-2,60) está asociados a la violencia psicológica. La prevalencia de violencia física fue mayor en las mujeres solteras / divorciadas / separadas, en aquéllas que presenciaron agresiones físicas en la infancia y con rastreo positivo de trastornos mentales comunes ( TMC).

Conclusión:

entre las demandas específicas de género, se debe prestar especial atención a la violencia contra las mujeres, ya que es un delito recurrente que causa daños irreparables a la salud física y psicológica de las víctimas, lo que resulta en un problema de salud pública. Deben trabajarse desde la infancia acciones para promover la salud y la cultura de paz. (AU)