Relação entre empatia e qualidade de vida: um estudo com profissionais da atenção primária à saúde
Relationship between empathy and quality of life: a study with primary health care professionals
Relación entre empatía y calidad de vida: un estudio con profesionales de Atención Primaria de Salud

REME rev. min. enferm; 23 (), 2019
Publication year: 2019

Objetivo:

compreender a relação entre comportamento empático e qualidade de vida de trabalhadores da rede pública de atenção à saúde no âmbito primário.

Material e método:

trata-se de estudo transversal, tipo inquérito, quantitativo, que investigou 111 profissionais da atenção primária em saúde (cirurgiões-dentistas, médicos e enfermeiros) e 888 usuários. Para avaliar a empatia e qualidade de vida utilizaram-se os instrumentos The World Health Organization Quality of Life Assessment - Bref e o Consultation and Relational Empathy, respectivamente. A variável dependente empatia global foi criada a partir da junção de questões, e as independentes referiram-se as características demográficas, de trabalho e de qualidade de vida. Para a análise, realizouse teste de redução de dimensionalidade e regressão logística.

Resultados:

verificou-se que 32% dos profissionais apresentaram empatia global parcial. Indivíduos com menos de 30 anos e entre 41 e 50 anos apresentaram-se menos empáticos, enquanto os com mais de 50 anos foram mais empáticos. A satisfação reduzida com a capacidade de trabalho amplia as chances de empatia global parcial (OR=1,81), assim como a necessidade extrema ou a ausência de tratamento médico para levar sua vida (OR=1,80; OR=1,52), a elevada oportunidade de lazer (OR=1,30), a alta satisfação do profissional quanto ao acesso próprio aos serviços de saúde (OR=2,67) e frequência significativa de sentimentos negativos (OR=2,53; OR=1,24).

Conclusão:

o comportamento empático dos profissionais apresenta relação direta com a idade e várias dimensões da qualidade vida, sendo fundamental o investimento em estratégias potencializadoras da qualidade de vida do trabalhador, para qualificação direta dos serviços por eles prestados.(AU)

Objective:

to understand the relationship between empathic behavior and quality of life of public health care workers at the primary level.

Material and method:

this is a cross-sectional, survey-type and quantitative study that investigated 111 primary health care professionals (dental surgeons, doctors and nurses) and 888 users. To assess empathy and quality of life, the instruments used were The World Health Organization Quality of Life Assessment - Bref and the Consultation and Relational Empathy, respectively. The dependent variable “global empathy” was created from the junction of questions, and the independent ones referred to demographic, work and quality of life characteristics. For the analysis, a dimensionality reduction and logistic regression test was performed.

Results:

it was verified that 32% of the professionals had partial global empathy. Individuals under 30 years old and between 41 and 50 years old were less empathic, while those over 50 years old were more empathic. Reduced satisfaction with working capacity increases the chances of partial global empathy (OR=1.81), as well as the extreme need or lack of medical treatment to lead your life (OR=1.80; OR=1.52), high opportunity for leisure (OR=1.30), high satisfaction of professionals regarding their own access to health services (OR=2.67) and significant frequency of negative feelings...(AU)

Objetivo:

comprender la relación entre el comportamiento empático y la calidad de vida de los trabajadores de salud pública en el nivel primario.

Material y método:

estudio transversal, tipo encuesta, cuantitativo, que investigó a 111 profesionales de atención primaria de la salud (cirujanos dentales, médicos y enfermeros) y 888 usuarios. Para evaluar la empatía y la calidad de vida, se utilizaron los instrumentos The World Health Organization Qualityof Life Assessment – Bref y el Consultation and Relational Empathy, respectivamente. La variable dependiente empatía global se creó a partir de la unión de preguntas, y las independientes se refirieron a las características demográficas, laborales y de calidad de vida. Para el análisis se realizó una prueba de reducción de dimensionalidad y regresión logística.

Resultados:

se encontró que el 32% de los profesionales tenían empatía global parcial. Las personas menores de 30 años y entre 41 y 50 años eran menos empáticas, mientras que las mayores de 50 años eran más empáticas. La reducción de la satisfacción con la capacidad de trabajo aumenta las posibilidades de empatía global parcial (OR = 1,81), así como la extrema necesidad o falta de tratamiento médico para llevar la vida (OR = 1,80; OR = 1,52), alta oportunidad de ocio (OR = 1,30), alta satisfacción de los profesionales con respecto a su propio acceso a los servicios de salud (OR = 2,67) y frecuencia significativa de sentimientos negativos (OR = 2,53; OR = 1.24).

Conclusión:

el comportamiento empático de los profesionales está directamente relacionado con la edad y con varias dimensiones de la calidad de vida, siendo esencial invertir en estrategias que mejoren la calidad de vida de los trabajadores, para la calificación directa de los servicios que brindan.(AU)