REME rev. min. enferm; 23 (), 2019
Publication year: 2019
INTRODUÇÃO:
a judicialização como fenômeno de garantia do direito à saúde é uma questão com crescente discussão no Brasil, devido à definição constitucional de saúde no país, que contempla a integralidade.
OBJETIVO:
caracterizar os processos de judicialização na saúde em município de grande porte.
MÉTODO:
estudo descritivo, quantitativo e documental realizado na 1ª e 2ª Varas da Fazenda Pública da Comarca de Londrina - Paraná. As informações foram coletadas no sistema de processo eletrônico do Judiciário do Paraná.
RESULTADOS:
foram identificados 706 processos, sendo que a maioria (51,2%) das ações foi impetrada por mulheres, acima de 60 anos (47,5%), com origem das prescrições via serviço público (71,7%) e representadas por advogados particulares (55,3%). O bem requerido de maior demanda foram os medicamentos (88,1%), sendo que 80,1% não estavam presentes na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais. No período da coleta de dados, a maioria (85,5%) dos processos encontrava-se em tramitação e, destes, 36,5% tinham mais de 900 dias. O desfecho dos processos arquivados foi julgado procedente em 60,8% e improcedente em 17,6%. O valor total gasto com judicialização no período estudado foi acima de R$ 55.000.000,00.
CONCLUSÃO:
para reduzir os custos e a quantidade dos processos judiciais, as políticas públicas de saúde devem ser revistas com o intuito de incluir o maior número de medicamentos nas listas dos serviços de saúde, facilitando o acesso desses produtos aos usuários do Sistema Único de Saúde. Sugerem-se novas pesquisas para investigar o motivo da prescrição médica por medicamentos não padronizados.(AU)
Introduction:
judicialization as a phenomenon of guaranteeing the right to health
is a question with a growing discussion in Brazil, due to the constitutional definition
of health in the country, which contemplates integrality. Objective:
to characterize
the processes of health judicialization in a large city. Method:
descriptive,
quantitative and documental study conducted in the 1st and 2nd Court of the
Fazenda Pública da Comarca de Londrina – Paraná. The information was collected
in the electronic process system of the Paraná Court. Results:
706 processes were
identified, with the majority (51.2%) of the actions imposed by women, over 60
years old (47.5%), with their origin via public service (71.7%) and represented by
private lawyers (55.3%). The most demanded object were medicines (88.1%), 80.1%
of which not present in the Relação Nacional de Medicamentos Essenciais. During
the data collection period, the majority (85.5%) of the processes was in course and,
of these, 36.5% had more than 900 days. The outcome of the archived processes
was judged well founded in 60.8% and unfounded in 17.6%. The total amount
spent on judicialization during the study period was more than R$ 55,000,000.00.
Conclusion:
to reduce costs and the amount of lawsuits, public health policies
should be reviewed in order to include the largest number of medicines in health
services lists, facilitating the access of these products to users of Sistema Único
de Saúde (SUS). New research is suggested to investigate the reason of medical
prescription of non-standardized medicines.(AU)
Introducción:
la judicialización como un fenómeno para garantizar
el derecho a la salud es un tema de creciente discusión en Brasil
debido a la definición constitucional de salud en el país, que incluye
la integralidad. Objetivo:
caracterizar los procesos de judicialización
de la salud en una gran ciudad. Método:
estudio descriptivo,
cuantitativo y documental realizado en los 1º y 2º Distritos Judiciales
de Londrina – Paraná. La información se recopiló en el sistema de
proceso electrónico del Poder Judicial de Paraná. Resultados:
se
identificaron 706 casos. La mayoría (51,2%) de las demandas fueron
presentadas por mujeres mayores de 60 años (47,5%), originadas
por recetas médicas del servicio público (71.7%) y representadas por
abogados particulares (55,3%). El activo más demandado fueron
los medicamentos (88,1%), 80,1% de ellos no constaban en la Lista
Nacional de Medicamentos Esenciales. Durante el período de recogida
de datos, la mayoría (85,5%) era de casos en tramitación y de estos, el
36.5% desde hacía más de 900 días. El resultado de las demandas se
confirmó en 60,8% de los casos y se declaró improcedente en 17.6%.
El monto total en judicialización en el período estudiado superó los
R $ 55.000.000,00. Conclusión:
para reducir los costos y la cantidad
de demandas, las políticas de salud pública deben revisarse para
incluir la mayor cantidad de medicamentos en las listas de servicios
de salud, facilitando el acceso de estos productos a los usuarios
del Sistema Único de Salud. Se sugiere investigación adicional para
averiguar el motivo de la prescripción de medicamentos no estándar.(AU)