Abuso/dependência de álcool e fatores psicossociais do trabalho em profissionais de saúde
Alcohol abuse/dependency and psychosocial factors in the workplace of healthcare professionals

Ciênc. cuid. saúde; 18 (3), 2019
Publication year: 2019

Objective:

To estimate the prevalence and factors associated with alcohol abuse/dependency of healthcare professionals.

Methods:

This was a cross-sectional study, developed with 1,776 health professionals of Belo Horizonte city, Brazil, from 2008 to 2009, to whom a structured questionnaire was applied with items on the following characteristics: demographic, socioeconomic, lifestyle, health conditions and working conditions. Alcohol abuse/dependency was diagnosed with the CAGE questionnaire.

Results:

The prevalence of alcohol abuse/dependency was 7.2%. After the adjustment of the final model, the following factors increased the chance of alcohol abuse/dependency: atypical work hours (OR: 1.64; 95% CI: 1.08-2.49), male gender (OR: 3.99; 95% CI: 2.62-6.07), diagnosis of common mental disorder (OR: 2.44; 95% CI: 1.52-3.89), smoker (OR: 2.41; 95% CI: 1.52-3.83) and ex-smoker (OR: 1.94; 95% CI: 1.18-3.23). On the other hand, the psychological demand at work (OR: 0.89; 95% CI: 0.81-0,97) decreased the chance of alcohol abuse/dependency.

Conclusion:

The results reinforce the problem of alcohol abuse/dependency of healthcare professionals. Moreover, work characteristics may contribute to the onset to this problem, which should alert managers to formulate actions of occupational health promotion.

Objetivo:

Estimar a prevalência e os fatores associados ao abuso/dependência de álcool em profissionais de saúde.

Métodos:

Estudo transversal desenvolvido com 1.776 profissionais de saúde de Belo Horizonte/MG entre 2008 a 2009, aos quais foi aplicado um questionário estruturado com itens sobre características demográficas, socioeconômicas, do estilo de vida, das condições de saúde e das condições de trabalho. O abuso/dependência de álcool foi diagnosticado com o uso do questionário CAGE.

Resultados:

A prevalência de abuso/dependência de álcool foi de 7,2%. Após os ajustes do modelo final, os seguintes fatores aumentaram a chance de abuso/dependência de álcool: o horário de trabalho atípico (OR: 1,64; IC 95%: 1,08-2,49), gênero masculino (OR: 3,99; IC 95%: 2,62-6,07), Transtornos Mentais Comuns (OR: 2,44; IC 95%: 1,52-3,89), tabagismo (OR: 2,41; IC 95%: 1,52-3,83) e ex-tabagismo (OR: 1,94; IC 95%: 1,18-3,23). Em contrapartida, a demanda psicológica no trabalho diminuiu a chance de abuso/dependência de álcool (OR: 0,89; IC 95%: 0,81-0,97).

Conclusão:

É imprescindível levar em consideração o abuso/dependência de álcool entre os profissionais de saúde. Além disso, as características do trabalho podem contribuir para o início desse problema, o que gera um alerta para os gestores na formulação de políticas de promoção da saúde do trabalhador.