Violência institucional referida pelo acompanhante da parturiente em maternidades públicas
Violencia institucional relatada por acompañante de parturienta en maternidades públicas
Institutional violence reported by birth companions in public maternity hospitals

Acta Paul. Enferm. (Online); 33 (), 2020
Publication year: 2020

Resumo Objetivo Estimar a prevalência e os fatores associados à violência institucional contra a mulher durante o parto referida pelo acompanhante. Método Estudo transversal, realizado em três maternidades públicas da Região Metropolitana de Florianópolis, Santa Catarina, com 1.147 acompanhantes de parto. Os dados foram obtidos por meio de entrevista estruturada, no período de março de 2015 a maio de 2016. Na análise dos dados empregou-se regressão de Poisson simples e múltipla. Resultados A violência institucional contra a mulher foi relatada com maior frequência pelos acompanhantes do sexo masculino, que eram companheiro e/ou pai do bebê (74,7%). Foi mencionado pelo menos um tipo de violência (73,5%), sendo os tipos estrutural (59,2%) e física (31,4%) os mais prevalentes. Os fatores associados ao desfecho foram o parto vaginal, a termo, ocorrido entre terça e sextas-feiras e a maior escolaridade do acompanhante. Conclusão Os resultados desse estudo mostram que a presença do acompanhante não impede a ocorrência da violência institucional. As prevalências de violência estrutural, física, psicológica e verbal contra a mulher durante o parto, relatadas pelo acompanhante, apontam para a necessidade de mudanças macroestruturais, que garantam o atendimento livre de violências, com respeito ao protagonismo e aos direitos da mulher.
Resumen Objetivo Calcular la prevalencia y los factores relacionados con la violencia institucional contra la mujer durante el parto relatada por el acompañante. Métodos Estudio transversal, realizado en tres maternidades públicas de la Región Metropolitana de Florianópolis, estado de Santa Catarina, con 1.147 acompañantes de parto. Los datos se obtuvieron mediante entrevista estructurada, en el período de marzo de 2015 a mayo de 2016. Para el análisis de los datos se empleó regresión de Poisson simple y múltiple. Resultados La violencia institucional contra la mujer fue relatada con mayor frecuencia por los acompañantes de sexo masculino, que eran el compañero y/o el padre del bebé (74,7%). Se mencionó por lo menos un tipo de violencia (73,5%) y las más prevalentes fueron la estructural (59,2%) y la física (31,4%). Otros factores relacionados con el desenlace fue el parto vaginal, a término, que ocurrió entre martes y viernes y una mayor escolaridad del acompañante. Conclusión Los resultados de este estudio demuestran que la presencia del acompañante no impide que ocurran episodios de violencia institucional. La prevalencia de violencia estructural, física, psicológica y verbal contra la mujer durante el parto, relatada por el acompañante, indica la necesidad de cambios macroestructurales que garanticen una atención sin violencia y con respeto al protagonismo y a los derechos de la mujer.
Abstract Objective To estimate the prevalence and the factors associated with institutional violence against women during hospitalization for delivery, as reported by companions. Method Cross-sectional study conducted in three public maternity hospitals in the metropolitan region of Florianópolis, Santa Catarina, with 1,147 birth companions. Data were obtained through structured interviews conducted from March 2015 to May 2016. Data analysis was performed using single and multiple Poisson regression. Results Institutional violence against women was more frequently reported by male companions, who were partners of the women and/or father of the baby (74.7%). At least one type of violence was mentioned (73.5%). Structural (59.2%) and physical (31.4%) violence were the most prevalent. The factors associated with the outcome were term vaginal deliveries, occurred between Tuesday and Friday, and higher level of education of the companion. Conclusion The results of this study show that the presence of the companion does not prevent the occurrence of institutional violence. The prevalence of structural, physical, psychological and verbal violence against women during childbirth, as reported by the companion, points to the need for macrostructural changes to ensure care free of violence, with respect to women's role and rights.