Vivências de agentes comunitários de saúde no cuidado da pessoa consumidora de drogas
Experiencias de agentes comunitarios de salud en el cuidado de personas consumidoras de drogas

Av. enferm; 39 (3), 2021
Publication year: 2021

Objetivo:

desvelar vivências de agentes comunitários de saúde no cuidado da pessoa consumidora de drogas.

Materiais e métodos:

estudo fundamentado na fenomenologia merleau-pontyana, realizado no primeiro semestre de 2018, em um município de médio porte no interior da Bahia, Brasil. Participaram do estudo sete agentes comunitários de saúde, a partir de três encontros de grupo focal. As descrições vivenciais foram gravadas, transcritas e submetidas à técnica analítica da ambiguidade.

Resultados:

os participantes vivenciam uma condição conflituosa, na qual, ao mesmo tempo que reconhecem a necessidade de assistir as pessoas que fazem o consumo de drogas, são tomados por um sentimento de impotência que dificulta a prática do cuidado. A impotencialidade parece ser motivada por questões amplas e complexas, a exemplo do preconceito ante os consumidores de drogas e a convivência com o “sucateamento” da atenção básica.

Conclusões:

evidenciou-se que os agentes comunitários de saúde vivenciam desmotivações para o cuidado das pessoas consumidoras de drogas, motivadas por diferentes e complexas questões, que vão desde a associação do consumo à imoralidade, à violência e ao narcotráfico, até a convivência com o “sucateamento” da estratégia saúde da família e a precarização da categoria desses agentes.

Objetivo:

dar a conocer las experiencias de los agentes comunitarios de salud en el cuidado de personas consumidoras de drogas.

Materiales y métodos:

estudio basado en la fenomenología de Merleau-Ponty, realizado en el primer semestre de 2018 en un municipio intermedio al interior del estado de Bahía, Brasil. Siete agentes comunitarios de salud participaron en el estudio, para el cual se desarrollaron tres reuniones bajo la modalidad de grupos focales. Las descripciones experimentales fueron registradas, transcritas y sometidas a la técnica de análisis de ambigüedad.

Resultados:

los participantes experimentan una condición conflictiva, pues, aunque reconocen la necesidad de ayudar a las personas que usan drogas, al mismo tiempo se sienten abrumados por un sentimiento de impotencia que les dificulta practicar la atención. Este sentimiento parece estar motivado por factores diversos y complejos, como los prejuicios hacia los consumidores de drogas y barreras dentro de la atención primaria en salud.

Conclusiones:

se evidencia que los agentes comunitarios de salud experimentan desmotivación hacia la atención de personas consumidoras de drogas como consecuencia de factores diversos y complejos, que van desde la asociación del consumo con la inmoralidad, la violencia y el narcotráfico, hasta el debilitamiento de las estrategias de salud para la familia y la precariedad de sus condiciones como agentes de salud.

Objective:

To reveal the experiences of community health agents in the care of drug users.

Materials and methods:

Study based on Merleau-Ponty phenomenology carried out in the first semester of 2018 in a medium-sized municipality in the interior of the state of Bahia, Brazil. Seven community health agents participated in the study, which included three focus group meetings. The experiential descriptions were recorded, transcribed, and submitted to ambiguity analysis.

Results:

Participants reported experiencing a conflictive condition since they recognize the need to assist drug users while at the same time they are overrun by a feeling of helplessness that makes it difficult for them to practice care. Such feeling seems to be motivated by broad and complex issues, such as prejudices toward drug users and living with the scrapping of primary health care.

Conclusions:

Community health agents experience demotivation toward drug users’ care due to different and complex issues, ranging from the association of drug consumption with immorality, violence and drug trafficking, up to living with the scrapping of drugs in the family health strategy and the precariousness of the community health agent category