Instrumentadores quirúrgicos como segundas víctimas en un hospital académico de Buenos Aires: un estudio cualitativo

Rev. colomb. enferm; 20 (2), 2021
Publication year: 2021

Introducción:

un gran porcentaje del personal de salud se ve implicado en algún momento de su vida profesional en un evento adverso. Es decir, el paciente sufre un daño de manera no intencional por parte del equipo de salud y esto no solo afecta al paciente y su entorno, sino también a los profesionales implicados a quienes nos referiremos como “segundas víctimas”. La imposibilidad de la segunda víctima de superar el evento traumático puede acarrear importantes consecuencias en la salud de los profesionales y aumentar las oportunidades de que vuelva a ocurrir un episodio.

Objetivo:

explorar las perspectivas de instrumentadores quirúrgicos identificados como segundas víctimas.

Metodología:

se utilizó una metodología cualitativa exploratoria de estudio de casos mediante entrevistas semiestructuradas a instrumentadores quirúrgicos del Hospital Italiano de Buenos Aires identificados como segundas víctimas. Se realizó un análisis de contenido con base en los ejes temáticos de investigaciones previas.

Resultados:

se entrevistó a tres instrumentadoras que estuvieron involucradas en eventos adversos de diferente gravedad. Explorando los principales ejes temáticos, las participantes refirieron sentimientos de angustia y culpa tras los eventos remarcando la importancia de recibir apoyo tanto del círculo cercano como de la institución para sobreponerse. También señalaron los problemas en la comunicación y la falta de apego a las normas de procedimiento como algunos de los causantes principales de los eventos. Coincidieron en la tendencia de los equipos médicos a ocultar los eventos. Refirieron haber recibido un adecuado apoyo por parte de sus pares en una primera instancia y por parte del Comité de Seguridad del hospital posteriormente, con poca articulación con el área de recursos humanos.

Conclusiones:

el estudio revela la importancia de la implementación efectiva de las normas de procedimiento y protocolos de seguridad en la prevención de los eventos adversos, así como también el rol fundamental que ocupa la institución sanitaria en la contención de las segundas víctimas luego del incidente.

Introduction:

A high percentage of health personnel is involved in an adverse event at some point in their professional careers. In other words, the patient is unintentionally harmed by the healthcare team, and not only does it affect the patients and their environment but also affects the professionals involved, whom we will refer to as “second victims”. The second victim’s impossibility of overcoming the traumatic event can have significant health consequences for professionals and increase the chances of a recurrence.

Objective:

To explore perspectives of surgical technologists identified as second victims.

Method:

An exploratory, qualitative case study design was used, conducting semi-structured interviews with surgical technologists working at the Hospital Italiano of Buenos Aires and identified as second victims. A content analysis was performed based on central themes of previous studies.

Results:

Three female surgical technologists who were involved in adverse events of varying severity were interviewed. While central themes were explored, the participants reported feelings of distress and guilt after the events and stressed the importance of receiving support from both their inner circle and the hospital to overcome the incidents. They also indicated communication problems and lack of adherence to procedural rules as some of the main causes of the events. They agreed on the proneness of medical teams to hide events. They reported having received adequate support first from their peers and later from the hospital’s safety committee, but there was little coordination with the human resources area.

Conclusions:

This study reveals the importance of an effective implementation of procedural standards and safety protocols to prevent adverse events and the fundamental role of the healthcare institution in supporting second victims after incidents.

Introdução:

uma grande porcentagem do pessoal de saúde vê-se envolvida em algum momento de sua vida profissional em um evento adverso. Ou seja, o paciente sofre um dano não intencional por parte da equipe de saúde e isso afeta não apenas o paciente e seu ambiente, mas também os profissionais envolvidos, a quem chamaremos de “segundas vítimas”. A incapacidade da segunda vítima de superar o evento traumático pode acarretar consequências importantes na saúde dos profissionais e aumentar as chances de que um episódio volte a ocorrer.

Objetivo:

explorar as perspectivas dos instrumentadores cirúrgicos identificados como segundas vítimas.

Metodologia:

utilizou-se uma metodologia qualitativa exploratória de estudo de caso, por meio de entrevistas semiestruturadas a instrumentadores cirúrgicos do Hospital Italiano de Buenos Aires identificados como segundas vítimas. Realizou-se análise de conteúdo com base nos eixos temáticos de pesquisas anteriores.

Resultados:

três instrumentadoras cirúrgicas que estiveram envolvidas em eventos adversos de diferentes gravidades foram entrevistadas. Explorando os principais eixos temáticos, as participantes relataram sentimentos de angústia e culpa após os acontecimentos, destacando a importância de receber apoio tanto do círculo interno quanto da instituição para superação. Também apontaram os problemas de comunicação e o não cumprimento das regras procedimentais como algumas das principais causas dos eventos. Elas concordaram sobre a tendência das equipes médicas de ocultar eventos. Relataram ter recebido apoio adequado de seus pares na primeira instância e, posteriormente, da Comissão de Segurança Hospitalar, com pouca articulação com a área de recursos humanos.

Conclusões:

O estudo revela a importância da implementação efetiva de normas procedimentais e protocolos de segurança na prevenção de eventos adversos, bem como o papel fundamental que a instituição de saúde ocupa na contenção de segundas vítimas após o incidente.