Depressão, ansiedade e estresse em profissionais da linha de frente da COVID-19
Depression, anxiety and stress in COVID-19 front line professionals
Depresión, ansiedad y estrés en profesionales de primera línea COVID-19

Rev. port. enferm. saúde mental; (27), 2022
Publication year: 2022

Resumo Introdução:

A pandemia de coronavírus 2019 (COVID-19) representa um desafio à saúde mental dos profissionais de saúde que atuam na assistência direta ao paciente. Dados de pesquisas são necessários para auxiliar a implementação de intervenções e medidas de proteção.

Objetivo:

Avaliar a prevalência e os fatores relacionados à ansiedade, depressão e estresse na equipe de saúde de um hospital de referência no atendimento a pacientes com COVID-19 quatro meses após o primeiro caso confirmado no Brasil.

Métodos:

Trata-se de um estudo transversal, correlacional e quantitativo com enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas e médicos. Foi utilizado um questionário sociodemográfico e sobre os aspectos profissionais relacionados a COVID-19. Para a avaliação da ansiedade, depressão e estresse foi utilizada a escala DASS-21.

Resultados:

Participaram do estudo 112 pessoas, das quais 52,68% apresentaram sintomas de depressão, 57,14% de ansiedade e 78,57% de estresse. Houve associação da depressão com o cargo de enfermeiro, com o fato de estar em acompanhamento psicológico anterior a pandemia, com a ausência de participação em treinamento para assistência. A ansiedade apresentou associação com o sexo feminino e com o medo de adoecer. O estresse foi associado a idade mais jovem, 30 a 39 anos e ao estado civil casado ou em união estável.

Conclusão:

Durante a fase inicial do surto de COVID-19 houve uma alta prevalência de transtornos mentais nos profissionais de assistência direta ao paciente e os sintomas de depressão, ansiedade e estresse se manifestaram na maioria dos participantes de forma moderada e grave.

Abstract Introduction:

The 2019 coronavirus pandemic (COVID-19) represented a challenge to the mental health of health professionals working in direct paciente care. Research data is important to assist with the implementation of interventions and protective measures.

Objective:

To assess the prevalence and factors related to anxiety, depression and stress in the health team of a referral hospital in the care of patients with COVID-19 four months after the first confirmed case in Brazil.

Method:

This is a cross-sectional, descriptive and quantitative study with nurses, nursing technicians, physiotherapist and physicians. A sociodemographic and profesional aspects related to COVID-19 questionnaire were used. To assess anxiety, depression and stress the DASS-21 scale was used.

Results:

112 people participated in the study, of which 52,68% had depression symptoms, 57,14% of anxiety and 78,57% of stress. There was an association of depression with the position of nurse, with being under psychological monitoring prior the pandemic, with absence of participation in care training. Anxiety was associated with female gender and the fear of falling ill. Stress was associated with the younger age, 30 to 39 years, and with marital status, married or in stable union.

Conclusion:

during the initial phase of COVID-19 outbreak there was a high prevalence of mental disorders among professionals directly assisting patients and symptoms of depression, anxiety and stress were manifested in most participants in a moderated or severe manner.

Resumen Introdución:

La pandemia del coronavirus 2019 (COVID-19) representa un desafío a la salud mental de los profesionales de la salud que trabajan en la atención directa al paciente. Se necesitan datos de investigación para apoyar la implementación de las intervenciones e las medidas de protección.

Objetivo:

Evaluar la prevalencia y factores relacionados con la ansiedad, depresión y estrés en el equipo de salud de un hospital de referencia en la atención de pacientes con COVID-19 cuatro meses después del primer caso confirmado en Brasil.

Método:

Se trata de un estudio transversal, descriptivo y cuantitativo con enfermeros, técnicos de enfermería, fisioterapeutas y médicos. Se utilizó un cuestionario sociodemográfico y los aspectos profesionales relacionados a la COVID-19. Se utilizó la escala DASS-21 para evaluar la ansiedad, depresión y el estrés.

Resultados:

Participaron de la investigación 112 personas, de las cuales el 52,68% presentaron síntomas de depresión, el 57,14% de ansiedad y el 78,57% de stress. Hubo asociación de depresión con el puesto de enfermero, con el hecho de estar bajo acompañamiento psicológico previo a la pandemia, con la ausencia de participación en capacitaciones para la asistencia. La ansiedade presentó asociacion con el sexo feminino y con el miedo a enfermarse. El estrés se asoció a una edad más joven, de 30 a 39 años y al estado civil casado o en unión estable.

Conclusión:

Durante la fase inicial del brote de COVID-19 hubo una alta prevalencia de trastornos mentales entre los profesionales de la asistencia directa al paciente y los síntomas de depresión, ansiedad y estrés se manifestaron en la mayoría de los participantes de manera moderada y severa.