Tratamento da sífilis congênita e sua repercussão na rotina neonatal
Treatment of congenital syphilis and its impact on the neonatal routine

CuidArte, Enferm; 17 (1), 2023
Publication year: 2023

Introdução:

A sífilis é uma doença infecto-contagiosa transmitida pela via sexual (sífilis adquirida) e verticalmente (sífilis congênita) durante a gestação pela placenta da mãe para o feto.

Objetivos:

Apresentar o tratamento proposto pelo Ministério da Saúde através do protocolo clínico atual para Sífilis transmitida verticalmente e relatar se foi uma opção viável, já que não havia a disponibilidade da Benzilpenicilina Procaína em todos os estados brasileiros; analisar quantas internações por um período mínimo de 10 dias poderiam ter sido evitadas se houvesse a disponibilidade da Benzilpenicilina Procaína conforme está no protocolo do Ministério da Saúde sendo notada a falta de tal medicação, prioritariamente, no Estado de São Paulo.

Método:

Estudo retrospectivo, investigativo, com revisão de prontuários de 23 gestantes com Sífilis e os respectivos recém-nascidos durante todo o ano de 2020, na maternidade de um hospital escola em Catanduva-SP.

Resultados:

Todos os recém-nascidos de mães com Sífilis na gestação recebiam o tratamento e/ou o seguimento para Sífilis Congênita de acordo com o teste - VDRL colhido ao nascimento. O tratamento para Sífilis Congênita sem Neurossífilis foi realizado com Benzilpenicilina Cristalina durante 10 dias, por via endovenosa, em quatorze bebês (56,5%). Destas 14 internações, apenas um caso de Sífilis Congênita com Neurossífilis realmente necessitava permanecer internada para tratamento endovenoso com Benzilpenicilina Cristalina. Uma mãe evadiu-se do hospital com o recém-nascido e não completou o tratamento no hospital-escola deste estudo, e para oito (34,8%) bebês definiu-se apenas o seguimento ambulatorial como conduta de acordo com as diretrizes do Ministério da Saúde. Em relação às intercorrências acometidas aos bebês que ficaram internados foram basicamente a dificuldade de amamentação e a perda do acesso venoso periférico com recorrência.

Conclusão:

A discordância nas Diretrizes do Ministério da Saúde para o tratamento da Sífilis Congênita, mesmo as mais atualizadas (2020), ocorre em decorrência da indisponibilidade desta medicação de baixo custo, Benzilpenicilina Procaína, aplicada intramuscular, o que facilita sua administração a nível de Unidades Básicas de Saúde e dispensa a internação hospitalar de bebês com necessidade de tratamento para a Sífilis Congênita sem Neurossífilis. Com isso, o trabalho sugere que a disponibilização da Benzilpenicilina Procaína para o tratamento dos casos simples de Sífilis Congênita culminará em incontáveis benefícios para o binômio mãe-bebê

Introduction:

Syphilis is an infectious contagious disease transmitted sexually (acquired syphilis) and vertically (congenital syphilis) during pregnancy through the placenta from the mother to the fetus.

Objectives:

To prove whether the treatment proposed by the Ministry of Health through the current clinical protocol for vertically transmitted syphilis is a viable option, since Benzylpenicillin Procaine is not available in all Brazilian states; and to analyze how many hospitalizations for a minimum period of 10 days could have been avoided if Benzylpenicillin Procaine had been available as per the Ministry of Health protocol, with the lack of such medication being noted, primarily, in the State of São Paulo.

Method:

Retrospective, investigative study, reviewing the medical records of 23 pregnant women with Syphilis and their newborns throughout the year 2020, in the maternity hospital of a teaching hospital in Catanduva-SP.

Results:

All newborns of mothers with Syphilis during pregnancy received treatment and/or follow-up for Congenital Syphilis according to the test - VDRL collected at birth. Treatment for Congenital Syphilis without Neurosyphilis was performed with crystalline Benzylpenicillin for 10 days, intravenously, in fourteen babies (56.5%). Of these 14 hospitalizations, only one case of Congenital Syphilis with Neurosyphilis really needed to remain hospitalized for intravenous treatment with Crystalline Benzylpenicillin. One mother escaped from the hospital with the newborn and did not complete the treatment at the Hospital-Escola, and eight (34.8%) babies were defined only as outpatient follow-up as conduct in accordance with the guidelines of the Ministry of Health. Regarding the complications affected by the babies who were hospitalized, they were basically the difficulty in breastfeeding and the loss of peripheral venous access with recurrence.

Conclusion:

Disagreement in the Guidelines of the Ministry of Health for the treatment of Congenital Syphilis, even the most up-to-date ones (2020) occurs due to the unavailability of this low-cost medication, Benzylpenicillin Procaine, applied intramuscularly, which facilitates its administration at the Unit level Health Basics and waives the hospitalization of babies in need of treatment for Congenital Syphilis without Neurosyphilis. With this, the work suggests that the availability of Procaine Benzylpenicillin for the treatment of simple cases of Congenital Syphilis will culminate in countless benefits for the mother baby binomial

Introducción:

La sífilis es una enfermedad infectocontagiosa de transmisión sexual (sífilis adquirida) y vertical (sífilis congénita) durante el embarazo a través de la placenta de la madre al feto.

Objetivos:

Probar si el tratamiento propuesto por el Ministerio de Salud a través del protocolo clínico vigente para la sífilis de transmisión vertical es una opción viable, ya que la Bencililpenicilina Procaína no está disponible en todos los estados brasileños; y analizar cuántas hospitalizaciones por un período mínimo de 10 días se podrían haber evitado si la bencililpenicilina procaína hubiera estado disponible según el protocolo del Ministerio de Salud, observándose la falta de dicha medicación, principalmente, en el estado de São Paulo.

Método:

Estudio retrospectivo, investigativo, revisando las historias clínicas de 23 gestantes con Sífilis y sus recién nacidos a lo largo del año 2020, en la maternidad de un hospital universitario de Catanduva-SP.

Resultados:

Todos los recién nacidos de madres con Sífilis durante el embarazo recibieron tratamiento y/o seguimiento para Sífilis Congénita según prueba - VDRL recogido al nacer. El tratamiento de la Sífilis Congénita sin Neurosífilis se realizó con Bencilpenicilina cristalina durante 10 días, por vía intravenosa, en catorce bebés (56,5%). De estas 14 hospitalizaciones, solo un caso de Sífilis Congénita con Neurosífilis necesitó realmente permanecer hospitalizado para recibir tratamiento intravenoso con Bencilpenicilina Cristalina. Una madre se escapó del hospital con el recién nacido y no completó el tratamiento en el hospital escuela en este estudio, y ocho (34,8%) bebés fueron definidos solo como seguimiento ambulatorio como conducta de acuerdo con las directrices del Ministerio de Salud. En cuanto a las complicaciones que afectaron a los bebés que fueron hospitalizados fueron básicamente la dificultad en la lactancia y la pérdida del acceso venoso periférico con recurrencia.

Conclusión:

La inconformidad en las Directrices del Ministerio de Salud para el tratamiento de la Sífilis Congénita, incluso las más actualizadas (2020) se da por la indisponibilidad de este medicamento de bajo costo, la Bencilpenicilina Procaína, de aplicación intramuscular, que facilita su administración a nivel de Unidad Básicos de Salud y renuncia a la hospitalización de bebés con necesidad de tratamiento por Sífilis Congénita sin Neurosífilis. Con ello, el trabajo sugiere que la disponibilidad de la Bencilpenicilina Procaína para el tratamiento de casos simples de Sífilis Congénita culminará en innumerables beneficios para el binomio madre-bebé