Características de crianças e adolescentes com disforia de gênero quanto ao cuidado à saúde: revisão de escopo
Characteristics of children and adolescents with gender dysphoria for their health care: scoping review

Rev Enferm UFPI; 13 (1), 2024
Publication year: 2024

Objetivo:

Identificar as características demográficas e psicossociais de crianças e adolescentes com disforia de gênero e dos profissionais de saúde envolvidos no seu cuidado.

Métodos:

Revisão de escopo segundo o PRISMA-ScR com as bases de dados Web of Science, Science Direct, Scopus, Biblioteca Virtual em Saúde e Pubmed, usando os descritores: crianças, adolescentes, disforia de gênero, pediatria e profissionais de saúde.

Critérios de inclusão:

pesquisas primárias e secundárias sobre disforia de gênero e diversidade sexual na assistência à saúde, com estudantes ou profissionais de saúde.

Critérios de exclusão:

população adulta, outro contexto de assistência à saúde, tratamentos, comorbidades e publicação cinza. Quinze artigos foram incluídos.

Resultados:

As crianças apresentam disforia por volta dos 6 anos de idade, com diagnóstico e tratamento tardios. Têm maior tendência a problemas de saúde mental como ansiedade, depressão e distúrbios alimentares, sendo fundamental o apoio familiar. Os profissionais desaúde possuem baixa formação de graduação, escassa formação permanente e atuação multidisciplinar.

Conclusão:

É necessário incorporar na formação dos profissionais de saúde temas sobre diversidade, identidade de gênero e disforia, bem como formação contínua com ferramentas que permitam uma abordagem abrangente, aumentem a confiança e a segurança na relação prestador-paciente, de forma a melhorar o bem-estar das crianças.

Objective:

To identify the demographic and psychosocial characteristics of children and adolescents with gender dysphoria and of the health professionals involved in their care.

Methods:

Scoping review according to PRISMA-ScR with the databases Web of Science, Science Direct, Scopus, Virtual Health Library and Pubmed, using the descriptors: children, adolescents, gender dysphoria, pediatrics and health professionals.

Inclusion criteria:

primary and secondary research on gender dysphoria and sexual diversity in health care, with students or health professionals.

Exclusion criteria:

adult population, other context of health care, treatments, comorbidities and gray publication. Fifteen articles were included.

Results:

Children present with dysphoria around 6 years of age, with late diagnosis and treatment. They have a greater tendency toward mental health problems such as anxiety, depression and eating disorders, and family support is crucial. Health professionals have low undergraduate training, scarce continuous training and multidisciplinary work.

Conclusion:

It is necessary to incorporate subjects on diversity, gender identity and dysphoria into the training of health professionals, as well as continuous training with tools that allow a comprehensive approach, increasing confidence and security in the provider-patient relationship, in order to improve the well-being of children.