CuidArte, Enferm; 17 (2), 2023
Publication year: 2023
Introdução:
Pacientes submetidos a Transplante de Medula Óssea têm predisposição para infecções hospitalares.
Objetivo:
Identificar os fatores predisponentes para infecção em pacientes submetidos a Transplante de Medula Óssea.
Método:
Estudo longitudinal, retrospectivo, com abordagem quantitativa, realizado em uma Instituição de Ensino, com
17 pacientes transplantados que adquiriram infecção hospitalar, no período de 2014 a 2020. A coleta de dados foi feita
por meio de instrumento próprio, contendo questões sobre identificação, procedimento e a infecção adquirida, através
do prontuário eletrônico, de planilhas e programas monitorados pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar.
Resultados:
A maioria era do sexo feminino e maiores de 50 anos. As comorbidades prevalentes foram a Hipertensão
Arterial e o Diabetes Mellitus. O diagnóstico de base evidenciado foi o Mieloma Múltiplo, sendo realizado o transplante
do tipo autólogo, por port-a-cath. As infecções notificadas após o transplante de medula óssea foram as de corrente
sanguínea relacionadas ao uso de cateter venoso central. Contudo, o resultado laboratorial apontou microrganismo
gram-negativo, especificamente a Escherichia coli e sensíveis aos carbapenêmicos. Parcela referente a 58,82%
receberam alta hospitalar e 41,18% foram a óbito, devido a complicações da própria doença. Constatou-se diferenças
estatísticas significantes quanto ao Diabetes Mellitus e a infecção de corrente sanguínea relacionada ao uso de cateter
venoso central. Quanto à característica do microrganismo e o sítio da infecção também houve significância estatística.
Conclusão:
Evidenciou-se que quanto maior o tempo de permanência com o cateter venoso central, especialmente nos
pacientes diabéticos, maior a chance de adquirir infecção hospitalar. Portanto, é preciso estabelecer critérios préoperatórios levando em consideração o perfil do paciente transplantado, a fim de influenciar e direcionar a equipe
multiprofissional para prevenir as infecções relacionadas à assistência à saúde
Introduction:
Patients undergoing Bone Marrow Transplantation are predisposed to nosocomial infections. Objective:
To
identify predisposing factors for infection in patients undergoing bone marrow transplantation. Methods:
Longitudinal,
retrospective study, with a quantitative approach, carried out in an Educational Institution, with 17 patients transplanted
who acquired hospital infections, from 2014 to 2020. Data collection was carried out using its own instrument, containing
questions about identification, procedure and acquired infection, through electronic medical records, spreadsheets and
monitored programs by the Hospital Infection Control Service. Results:
The majority were female and over 50 years old.
The prevalent comorbidities were high blood pressure and diabetes mellitus. The underlying diagnosis was multiple
myeloma, with an autologous, port-a-cath transplant being performed. The infections reported after bone marrow
transplantation were bloodstream infections related to the use of a central venous catheter. However, the laboratory
result showed gram-negative microorganisms, specifically Escherichia coli, which were sensitive to carbapenems. Those
58.82% were discharged from the hospital and 41.18% died, due to complications from the disease itself. Significant
statistical differences were found regarding diabetes mellitus and blood-stream infection related to the use of a catheter
central venous. Regarding the characteristics of the microorganism and the site of infection, there was also statistical
significance. Conclusion:
It was evidenced that the longer the length of stay with the central venous catheter, especially
in diabetic patients, the greater the chance of acquiring hospital infection. Therefore, it is necessary to establish
preoperative criteria taking into account the profile of the transplant patient, in order to influence and direct the
multidisciplinary team to prevent healthcare-related infections.