Masculinidades, encarceramento e infecções sexualmente transmissíveis: análise interseccional do discurso de homens em situação prisional
Masculinities, incarceration and sexually transmitted infections: intersectional analysis of the discourse of men in prison
Masculinidades, encarcelamiento e infecciones de transmisión sexual: análisis interseccional del discurso de los hombres en prisión

Enferm. foco (Brasília); 15 (), 2024
Publication year: 2024

Objetivo:

Apreender o entrecruzamento interseccional das masculinidades e do encarceramento junto ao acometimento das Infecções Sexualmente Transmissíveis em homens em situação prisional.

Métodos:

Estudo qualitativo, realizado com 30 homens adultos em situação prisional, Bahia, Brasil. Realizou-se entrevista individual, guiada por um roteiro semiestruturado. Empregou-se a Análise do Discurso, e interpretação com base no referencial teórico-político da Interseccionalidade. A partir dos dados, derivam-se duas sequências discursivas de frequência, sete formações discursivas e um modelo explicativo.

Resultados:

Dada a ordem de gênero em direção à construção das masculinidades de homens pretos/pardos, periféricos, cisgêneros e heterossexuais que experienciam o encarceramento diante a situação prisional, intercruzada junto aos demais marcadores socioidentitários de influência para o acometimento das infecções sexualmente transmissíveis tais como a raça/cor da pele, classe social, sexo/sexualidade, escolaridade/letramento, idade/geração, explicitaram contextos de vulnerabilidades em saúde: negligências, violência, exclusão, machismo, opressão, risco, transmissão, infecções, insalubridade, confinamento, os quais se cruzam e engarrafam, provocando sobreposições e invisibilidades umas com as outras.

Conclusão:

Há interseccionalidade operando na vivência de homens em situação prisional acometidos por Infecções Sexualmente Transmissíveis. (AU)

Objective:

To understand the intersectionality of masculinities and incarceration in relation to the involvement of Sexually Transmitted Infections in men in prison.

Methods:

A qualitative study was carried out with 30 adult men in prison in Bahia, Brazil. An individual interview was conducted, guided by a semi-structured script. Discourse analysis was used and interpretation was based on the theoretical-political framework of intersectionality. From the data, two discursive frequency sequences, seven discursive formations and an explanatory model were derived.

Results:

Given the gender order towards the construction of the masculinities of black/brown, peripheral, cisgender and heterosexual men who experience incarceration, intercrossed with the other socio-identity markers that influence sexually transmitted infections such as race/skin color, social class, gender/sexuality, schooling/learning, age/generation, they made explicit contexts of health vulnerabilities: neglect, violence, exclusion, machismo, oppression, risk, transmission, infections, unhealthiness, confinement, which intersect and bottle up, causing overlaps and invisibilities with each other.

Conclusion:

There is intersectionality operating in the experience of men in prison affected by Sexually Transmitted Infections. (AU)

Objetivo:

Comprender la interseccionalidad de las masculinidades y el encarcelamiento en relación con la participación de las Infecciones de Transmisión Sexual en los hombres en prisión.

Métodos:

Se realizó un estudio cualitativo con 30 hombres adultos presos en Bahia, Brasil. Se realizaron entrevistas individuales utilizando un guión semiestructurado. Se utilizó el análisis del discurso y la interpretación se basó en el marco teórico-político de la interseccionalidad. De los datos se derivaron dos secuencias de frecuencia discursiva, siete formaciones discursivas y un modelo explicativo.

Resultados:

dado el orden de género hacia la construcción de las masculinidades de los hombres negros/marrones, periféricos, cisgénero y heterosexuales que experimentan encarcelamiento, entrecruzado con los otros marcadores socio-identitarios que influyen en las infecciones de transmisión sexual, como raza/color de piel, clase social, género/sexualidad, escolaridad/aprendizaje, edad/ generación, explicitaron contextos de vulnerabilidades en salud: abandono, violencia, exclusión, machismo, opresión, riesgo, transmisión, infecciones, insalubridad, encierro, que se intersectan y embotellan, provocando superposiciones e invisibilidades entre sí.

Conclusión:

hay interseccionalidad operando en la experiencia de los hombres en prisión afectados por Infecciones de Transmisión Sexual. (AU)