O acesso às maternidades públicas no município de São Paulo: procedimentos no pronto-atendimento obstétrico e opinião das mulheres sobre esta assistência

Acta paul. enferm; 16 (4), 2003
Publication year: 2003

Trata-se de um estudo analítico descritivo transversal, que objetiva verificar o acesso aos serviços de saúde, a realização dos procedimentos efetuados no pronto-atendimento obstétrico e conhecer a opinião das mulheres sobre esta assistência. Foi estudada uma população de 520 mulheres. Os dados foram obtidos por meio de entrevista, anotações dos prontuários e coletados de junho a dezembro de 2000.

Resultados:

verificou-se que 76,0 por cento das mulheres necessitram percorrer mais de um hospital para receber a necessária assistência ao parto, o principal motivo alegado para a recusa de internação foi falta de vagas.

Os procedimentos obstétricos verificados foram:

controle da pressão arterial (84,5 por cento), batimentos cardíacos fetais (93,3 por cento) e realização do toque vaginal (94,4 por cento). Outros procedimentos apresentaram baixa incidência como verficação da dinâmica uterina (40,9 por cento), amnioscopia (23,3 por cento), cardiotocografia (18,5 por cento) e exame especular (7,2 por cento). Quanto ao grau de satisfação das mulheres, 31,5 por cento relataram assistência regular e 34,6 por cento éssimo e ruim.

Conclusão:

a mulher em trabalho de parto encontra dificuldades no acesso às maternidades públicas, a realização dos exames necessários no momento da internação para o parto mostrou-se incompleta, mesmo em exames imprescindíveis e de fácil realização. O grau de satisfação das mulheres foi comprometido pelo tipo de atendimento prestado com elevado grau de insatisfação das gestantes.