A enfermeira e o exercício do poder da profissão: a trama da ambigüidade
Acta paul. enferm; 17 (1), 2004
Publication year: 2004
Este texto analisa a apreensão e compreensão do que se chama o poder das enfermeiras, com base nas concepções teóricas de estudiosos como Foucault, Bourdieu, Giroux e teóricos da Escola de Frankfurt, especialmente Marcuse, sobre a questão do poder. A finalidade é tornar visível os caminhos de manifestação desse poder, como uma ferramenta de enfrentamentos concretos, utilizada por esta categoria profissional em seus postos de trabalho. O estudo foi construído a partir dos discursos de 15 enfermeiras com experiência em assistência e cargos de gestão, sobre um objeto real: sua prática cotidiana e o lugar onde esta ocorre, o hospital. Foi constatado nos depoimentos que o poder é definido ou compreendido como poder de curar, da autoridade do cargo, do tempo de permanência no trabalho, também como mecanismo a ser utilizado na luta, como uma capacidade de resistência organizada e articulada. Contudo, a consciência do poder e o entendimento de que este deve ser restabelecido continuamente não faz parte da compreensão do grupo como um todo. As enfermeiras se encontram com funções e tarefas muito distintas, assim como posições muito desiguais ante o poder entretanto o poder da enfermeira é uma categoria importante para as transformações do seu trabalho.