Idosos morando sozinhos e os indicadores socioeconômicos de Minas Gerais, Brasil

Nursing (Ed. bras., Impr.); 14 (166), 2012
Publication year: 2012

O envelhecimento populacional vem ocorrendo de forma bastante diferenciada entre os estados brasileiros e está associado às desigualdades socioeconômicas e demográficas. O objetivo desse artigo foi verificar a associação entre o percentual de idosos morando sozinhos e os indicadores socioeconômicos dos municípios de Minas Gerais. Este é um estudo transversal ecológico com utilização de dados secundários de Minas Gerais. A variável dependente foi o percentual de pessoas com 65 anos ou mais de idade morando sozinhas no ano de 2000, dividida pela mediana (14,33) em dois grupos: baixo (247 municípios) e alto (246 municípios) percentual de idosos sozinhos.

As variáveis independentes foram:

taxa de alfabetização, densidade demográfica, esperança de vida ao nascer, renda per capita, Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), e os índices de Gini, de Theil e o Mineiro de Responsabilidade Social (IMRS). A variável dependente foi associada com as variáveis independentes por meio do teste U de Mann-Whitney e Regressão Logística com nível de significância estabelecido em p<0,05. Os municípios mineiros possuem diferenças estatisticamente significantes em relação à percentual de idosos morando sozinhos para a taxa de alfabetização (p=0,036), esperança de vida (p<0,001), renda per capita (p<0,001), IDH (p<0,001) e IMRS (p<0,001). No modelo final da regressão, as variáveis esperança de vida (OR=0,82; p=0,004) e renda per capita (OR=0,99; p=0,013) permaneceram associadas ao desfecho. Os resultados do presente estudo indicam que quanto maior a esperança de vida bem como melhor os indicadores sociais, maior percentual de idosos morando sozinhos nos municípios mineiros.