Avaliação comportamental e fisiológica da dor em recém-nascidos pelos profissionais de enfermagem
Behavioral and physiological evaluation of pain in newborns performed by nursing staff
Evaluación comportamental y fisiológica del dolor en recién nacidos por los profisionales de enfermería

REME rev. min. enferm; 14 (1), 2010
Publication year: 2010

A avaliação da dor em recém-nascidos (RNs) tornou-se temática de grande interesse pelos profissionais que atuam em neonatologia nos últimos anos, pois existe uma linguagem para a dor nessa faixa etária que pode guiar os profissionais na implementação de medidas analgésicas durante os procedimentos dolorosos realizados nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatais (UTINs). O objetivo com esta pesquisa foi conhecer os parâmetros fisiológicos e comportamentais utilizados pelos profissionais de enfermagem para avaliação da dor em neonatos. Este é um estudo transversal, descritivo e quantitativo, realizado em quatro hospitais de referência no atendimento neonatal de Fortaleza-CE, Brasil, entre agosto a outubro de 2007. Aplicou-se formulário a uma amostra por conveniência formada por 180 profissionais de enfermagem. Os dados foram tabulados em planilha do Excel e analisados com estatística descritiva simples. A equipe de enfermagem avaliou a dor, principalmente, observando mudanças no comportamento do neonato, incluindo alterações no choro (98,3%), na mímica facial (78,3%), no humor (55%) e nos movimentos corporais (33%). As alterações cardiovasculares e respiratórias foram as modificações fisiológicas mais citadas pelas profissionais (28,8% e 21,6%, respectivamente). As técnicas de enfermagem lembraram-se de citar essas alterações quase duas vezes mais que as auxiliares de enfermagem (40/%). A predominância da avaliação comportamental do neonato diante de procedimentos dolorosos, em detrimento da avaliação dos aspectos fisiológicos relacionados, caracteriza um conhecimento pouco explorado na prática, que ainda não estabelece uma aproximação ou consonância com a literatura atual sobre o tema em questão.

INTRODUCTION:

In the last few years, pain assessment in newborns (Rn) has become a subject of great interest to professionals of neonatal care. Since there is a language for pain in this age group, its assessment can guide professionals in the implementation of analgesic measures for painful procedures performed in the Neonatal Intensive Care Unit.

OBJECTIVE:

To recognize physiological and behavioral parameters used by the nursing team to assess pain in newborns.

METHODS:

cross-sectional study has a descriptive and quantitative approach and was carried out in four reference hospitals in Fortaleza, Ceará, Brazil, from August to October, 2007. A sample of 180 nursing professionals filled in a specific form and data were analyzed using simple descriptive statistics.

RESULTS AND DISCUSSION:

the nursing team assesses pain mainly by observing changes in the newborn's behavior, including changes in crying (98.3%), face (78.3%), mood (55%) and body movements (33%). The most frequently physiological changes referred by professionals were cardiovascular and respiratory changes (28.8% and 21.6%, respectively). Such changes were mostly remembered by nurses (40%).

CONCLUSIONS:

The prevalence of behavioral assessment of pain in newborns instead of the assessment of physiological aspects, characterizes a knowledge area that has little attention on practice, and that still does not establish a consistent approach with the current literature.

INTRODUCCIÓN:

En estos últimos años la evaluación del dolor en recién nacidos (Rn) se ha convertido en un tema de gran interés para los profesionales que trabajan en la atención neonatal. En este grupo de edad hay un lenguaje para el dolor que puede orientar a los profesionales a aplicar medidas analgésicas en la unidad de cuidados intensivos neonatales (UCIN) durante los procedimientos dolorosos.

OBJETIVO:

Conocer los parámetros fisiológicos y de comportamiento utilizados por los profesionales de enfermería para evaluar el dolor en recién nacidos.

MÉTODOS:

Estudio transversal, descriptivo y cuantitativo realizado en cuatro hospitales de referencia en atención neonatal de Fortaleza, Estado de Ceará, Brasil, entre agosto y octubre de 2007. Se aplicó un formulario a una muestra de conveniencia compuesta de 180 profesionales de enfermería. Los datos fueron tabulados en la hoja de cálculo Excel y analizados con estadísticas descriptivas sencillas.

RESULTADOS Y DISCUSIÓN:

El equipo de enfermería evalúa el dolor principalmente observando los cambios de comportamiento de los recién nacidos, incluidas alteraciones de llanto (98, 3%), expresión de la cara (78, 3%), estado de ánimo (55%) y movimientos del cuerpo (33%). Las alteraciones cardiovasculares y respiratorias fueron los cambios fisiológicos más comunes citados por los profesionales (28, 8% y 21, 6%, respectivamente). Estos fueron poco citados y más recordados por las enfermeras (40%).

CONCLUSIONES:

La prevalencia de la evaluación del comportamiento de los recién nacidos ante procedimientos dolorosos, en vez de evaluar los aspectos fisiológicos, caracteriza un conocimiento poco explotado en la práctica que todavía no está coherente con la literatura actual sobre este tema.