Sintomas depressivos em gestantes abrigadas em uma maternidade social
Depression symptoms among pregnant women cared for in a maternity shelter
Sintomas de depresion en mujeres embarazadas alojadas en una casa de maternidad social

REME rev. min. enferm; 16 (2), 2012
Publication year: 2012

A presença de sintomas depressivos na gestação tem importantes efeitos na saúde materna, fetal e na criança. Objetivou-se com esta pesquisa identificar a prevalência de sintomas depressivos em gestantes abrigadas em uma maternidade social e verificar as variáveis sociodemográficas, obstétricas e psicossociais associadas. Trata-se de estudo transversal com 75 gestantes maiores abrigadas em uma maternidade social da cidade de São Paulo, entre outubro de 2009 e agosto de 2010. A prevalência de sintoma depressivo foi avaliada pela Edinburgh Postnatal Depression Scale (EPDS) considerando a pontuação 10 a 12 sintomas menores e ≥13 sintomas maiores. A confiabilidade desse instrumento foi verificada pelo Alpha de Cronbach. Foram usados os testes de correlação de Pearson e de Spearman para verificar os fatores que influenciam a presença de sintomas depressivos.

As gestantes apresentaram as seguintes características:

- média da idade 25,1 anos; 52% não caucasiana; escolaridade 8,5 anos; religião 41,4% católicas; 73,3% sofreram violência física; 62,7% violência emocional; 58,7% fumantes; 46,7% usavam bebida alcoólica eventual; 57,3% três ou mais filhos; 74,7% duas ou mais queixas obstétricas, mediana da idade gestacional 25 semanas; 86,7% aceitaram a gestação. Apenas 25,3% de gestantes não apresentaram sintomas depressivos; 12,0% apresentaram sintomas menores e 62,7% sintomas maiores. A idade gestacional foi a única variável que apresentou associação estatística significante com sintomas depressivos. A alta prevalência de gestantes com sintomas depressivos evidencia a necessidade de atenção à saúde mental desde o início da gestação, sobretudo, para prevenção da depressão pós-parto.
The occurrence of depression symptoms during pregnancy presents significant effects on maternal, fetal, and infant health. This study aims at identifying the prevalence of depression symptoms in pregnant women cared for in a maternity shelter as well at verifying the socio-demographic, obstetric and psychosocial factors associated with it. It is a cross-sectional study with 75 women over 18 years old sheltered in a maternity hospital at Sao Paulo. Data was collected between October 2009 and August 2010. The prevalence of depression symptoms was assessed by the Edinburgh Postnatal Depression Scale (EPDS) considering the score 10 to 12 for minor symptoms and ≥ 13 for major ones. Reliability was calculated by Cronbach's Alpha. Pearson's and Spearman's correlation test were used to identify factors that influence the presence of depression symptoms.

The pregnant women presented the following characteristics:

the average age was 25.1 years; 52% were non-Caucasian; an average of 8.5 years of schooling, 41.4% were Catholic; 73.3% experienced physical violence and 62.7% emotional abuse; 58.7% were smokers; 46.7% used alcoholic beverages occasionally; 57.3% had three or more children; 74.7% reported two or more obstetric complaints; median gestational age was 25 weeks; 86 7% accepted the pregnancy. Only 25.3% of the pregnant women did not present depression symptoms; 12.0% presented minor symptoms and 62.7% major symptoms. The gestational age was the only variable that indicated a statistically significant association with depressive symptoms. In conclusion, the high prevalence of pregnant women with depression symptoms highlights the need for mental health care from the beginning of pregnancy for the prevention of postpartum depression.
La incidencia de los síntomas de depresión durante el embarazo tiene efectos significativos en la salud de la madre, del feto y del niño. El objetivo de este estudio fue determinar la prevalencia de los síntomas de depresión en mujeres embarazadas alojadas en una casa de maternidad social y observar las variables sociodemográficas, obstétricas y los factores psicosociales asociados. Se trata de un estudio transversal con 75 mujeres embarazadas mayores de 18 años alojadas en una casa de maternidad social en la ciudad de San Pablo, entre octubre de 2009 y agosto de 2010. La prevalencia de los síntomas de depresión se evaluó con la Escala de Edimburgo (EPDS) considerando de 10 a 12 como síntomas menores y ≥ 13 síntomas mayores. La confiabilidad de la herramienta fue comprobada por el coeficiente Alpha de Cronbach. Se utilizó la prueba de correlación de Pearson y Spearman para identificar los factores que influyen en la incidencia de los síntomas de depresión.

Las embarazadas presentan las siguientes características:

edad promedio de 25,1 años; 52% de raza no caucásica; 8,5 años de escolaridad; 41,4%, católica; 73,3% sufre de violencia física; 62,7% de violencia emocional; 58,7% fumadoras; 46,7% bebían alcohol eventualmente; 57,3% con tres hijos o más; 74,7% con dos quejas obstétricas o más; promedio de edad gestacional de 25 semanas; 86 7% aceptó el embarazo. Sólo el 25,3% de las mujeres embarazadas no tenía síntomas de depresión; 12,0% tenían síntomas menores y un 62,7% síntomas mayores. La edad gestacional fue la única variable que mostró una asociación significativa con los síntomas depresivos. La alta prevalencia de mujeres embarazadas con síntomas depresivos pone en evidencia la necesidad de darle atención a la salud mental desde el comienzo del embarazo, especialmente para prevenir la depresión posparto.