A estomia mudando a vida: enfrentar para viver
Stomas changing lives: facing the illness to survive
La ostomía cambia la vida: cómo enfrentarla para vivir

REME rev. min. enferm; 17 (2), 2013
Publication year: 2013

Trata-se de uma pesquisa de campo, exploratória e descritiva, com abordagem qualitativa, tendo como objetivos descrever as mudançasocorridas no cotidiano do estomizado e identificar quais as formas de enfrentamento utilizadas por ele. A amostra foi constituída por pacientescom estomia intestinal definitiva há pelo menos dois anos, cadastrados no Programa de Assistência Multidisciplinar ao Paciente Ostomizado(PAMPO). Para a coleta de dados utilizaram-se entrevistas semiestruturadas, que foram gravadas e, posteriormente, transcritas na íntegra,produzindo um texto com a finalidade de proceder à análise de conteúdo proposta por Laurence Bardin. A maioria dos colostomizadosapresentou mudanças no seu modo de vida após a confecção do estoma, sendo essas mudanças provenientes de alterações físicas, psíquicase sociais causadas pela perda do controle do esfíncter e alterações da imagem corporal, levando à necessidade de adotar estratégias paraadaptar-se à nova realidade. Houve pessoas que melhor se adaptaram a essas alterações, enquanto outras manifestaram dificuldades emconviver com essa realidade, acarretando desequilíbrios fisiológicos e psicológicos. Portanto, a adaptação ou não aos problemas estressores,nesse caso a confecção do estoma, influencia na qualidade de vida do indivíduo estomizado. Cabe ressaltar que competem ao enfermeirointervenções exclusivas no período perioperatório visando melhor adaptação à condição de estomizado, promovendo o enfrentamento àcondição crônica estomia intestinal definitiva e exigindo cuidado contínuo e prolongado dos serviços de saúde, o que também não exime aatuação da equipe interdisciplinar.
This paper is an exploratory and descriptive field research with a qualitative approach, aimed at describing the changes in the daily life ofstomized people and identify their ways of coping with their illness. The sample consisted of individuals with a permanent intestinal stomafor at least two years and who were enrolled in the Multidisciplinary Assistance Program for Stomized Patients (PAMPO in Portuguese). Semistructuredinterviews were used, to collect data, which were recorded and later transcribed verbatim, producing a text for content analysis,as proposed by Laurence Bardin. Most colostomized individuals made changes in their way of life after the stoma creation, such as physical,psychological, and social changes caused by the loss of sphincter control and changes in body image, which led to the need to adopt strategiesto adapt to new circumstances. Some people adapted well to these changes, while others had difficulties in dealing with such changes, resultingin psychological and physiological imbalances. Therefore, the adjustment or not to the problem stressors, in this case the creation of the stoma,influence the quality of life of stomized individuals. It is commonly observed that shortly after undergoing a surgical process, patients becomeenormously involved with taking great care of themselves, which they did not feel confident enough to do before. This is due to the aid offeredby nursing care. It is also important to note that it is the nurse’s role to intervene exclusively in the perioperative period, aimed at achieving thebest possible adaptation for stomized individuals, encouraging the patient to face the chronic and permanent intestinal stoma, which demandscontinuous and long-term care from both the healthcare group and the interdisciplinary team.
Se trata de una investigación de campo exploratoria descriptiva, con enfoque cualitativo, llevada a cabo con miras a describir los cambios ocurridos en el cotidiano de la persona ostomizada e identificar cómo los enfrenta. La muestra estuvo compuesta de portadores de ostomía intestinal definitiva desde hacía por lo menos dos años, inscritos en el Programa de Atención Multidisciplinaria al Paciente Ostomizado (PAMPO). Para recopilar los datos se realizaron entrevistas semiestructuradas que fueron grabadas y posteriormente transcritas textualmente, produciendo un texto con el fin de hacer el análisis de contenido propuesto por Bardin Laurence. La mayoría de los pacientes ostomizados presentó cambios en su modo de vida después de la confección del ostoma debido a alteraciones físicas, psíquicas y sociales causadas por la pérdida de control del esfínter y modificación de su imagen corporal, llevando a la necesidad de adoptar estrategias para adaptarse a la nueva realidad. Algunas personas se adaptaron mejor a tales alteraciones y otras tuvieron dificultad en convivir con la realidad lo cual causó desequilibrios fisiológicos y psicológicos. Por lo tanto, la adaptación o no a los problemas estresores, en este caso la confección del ostoma, ejerce influencia en la calidad de vida de la persona ostomizada. Se realza que en el período perioperatorio le corresponde exclusivamente al enfermero intervenir para que el ostomizado se vaya adaptando a esta nueva situación y enfrente la condición crónica de ostomía intestinal definitiva. Ello exige cuidados permanentes y prolongados de los servicios de salud y, asimismo, del equipo interdisciplinario.