Perfil do enfermeiro de unidades ambulatoriais do INAMPS no Brasil

Rev. Esc. Enferm. USP; 24 (1), 1990
Publication year: 1990

O estudo teve como objetivo traçar o perfil de enfermeiro atuante nas unidades ambulatoriais do INAMPS tendo em vista oferecer subsídios aos órgäos formadores e utilizadores de enfermeiros, às entidades de classe e aos próprios profissionais para melhor conhecimento do assunto.

Para isso foram levantados alguns conjuntos de variáveis sobre:

a) características pessoais e profissionais, bem como satisfaçäo no trabalho e percepçäo de apoio da chefia; b) as atividades executadas com mais frequência pelos enfermeiros. Identificados esses conjuntos de variáveis, eles foram cotejados dentro do próprio conjunto e de um conjunto com o outro, para verificaçäo da existência de possíveis relaçöes. Do total de 28.953 enfermeiros cadastrados no COFEN em 1984, apenas 3.414 (11,8%) estavam trabalhando em todo o INAMPS. Destes, 1.158 estavam lotados nas unidades ambulatoriais, aos quais foram enviados questionários no período de março a dezembro de 1984. Os dados de 927 questionários recebidos (80,1%) revelaram que havia predominância do sexo feminino (94,3%), maioria de casados, faixa etária de 30-49 anos de idade, diplomaçäo em enfermagem e admissäo na Previdência Social na década de 70, satisfaçäo no trabalho (83,6%), percepçäo de apoio da chefia (75,2%), nível de preparo em cursos de habilitaçäo e de especializaçäo (71,3%) e em programas de educaçäo continuada (84,1%).

As atividades desenvolvidas pelo enfermeiro eram:

supervisäo do pessoal de enfermagem (39,3%), assistência direta ao cliente/paciente(36,7%), educaçäo ou orientaçäo para a saúde do paciente/família (21,7%), funçöes administrativas (17,9%) e treinamento de pessoal (3,6%). Estabelecidas as relaçöes entre as diversas variáveis, observou-se que näo havia relaçäo entre o preparo em cursos formais ou em programas de educaçÄo continuada com satisfaçäo no trabalho ou com percepçäo de apoio da chefia. Constatou-se também que os profissionais que atuam em treinamento de pessoal e em atividades educativas relacionadas com clientes/pacientes eram os mais satisfeitos, e os que executavam supervisäo de pessoal e atividades administrativas os que mais sentiam apoio da chefia para implantaçäo de nova rotina de enfermagem.