Os paradigmas da enfermagem obstétrica

Rev. Esc. Enferm. USP; 31 (1), 1997
Publication year: 1997

Descreve-se a trajetória da prática de atenção ao parto na Inglaterra e Estados Unidos da América, privilegiando-se as relações entre a incipiente profissão de enfermeira e a tradicional profissão de parteira, ao longo dos séculos XVIII e XIX. Propõe-se o estudo dessas relações adotando as deusas da mitologia grega como figuras arquétipas do comportamento feminino. Relaciona a enfermeira à deusa Atenas, protetora das artes, das cidades, dos valores patriarcais, do status quo - a personificação do arquétipo da ilha do pai - e a parteira tradicional à Artemis, deusa da caça e da lua, protetora dos ermos, dos fracos e dos jovens - a personificação do arquétipo da grande irmã. Sob esta perspectiva, trata do declínio da prática da parteira tradicional naqueles países. Finalmente, equaciona a questão do paradigma da enfermagem obstetra como algo a ser constituído em consonância e cumplicidade com o movimento organizado de mulheres e suas reinvindicações no campo da saúde.