Perda da espontaneidade da ação: o desconforto de homens que sofreram infarto agudo do miocardio

Rev. Esc. Enferm. USP; 36 (2), 2002
Publication year: 2002

Considerando que conforto - cuja promoção é uma das metas centrais da enfermagem -- e desconforto devem ser entendidos àluz das interações vivenciadas pelo paciente - e, portanto, vinculadas aos fatores objetivos das instituições, da nacionalidade epráticas que as fundamentam - este estudo investigou os significados de conforto e desconforto na perspectiva de homens quesofreram infarto agudo do miocárdio (IAM). Recorrendo ao Interacionismo Simbólico eàmetodologia da Teoria Fundamentadanos Dados, entrevistas foram feitas com 13 homens que sofreram IAM, em duas unidades de saúde na cidade de São Paulo. Aanálise permitiu construir um modelo teórico daqueles significados nessa experiência, caracterizada por três fenômenos eessencialmente permeada pelo desconforto de "padecer a perda da espontaneidade daação ".Este artigo resume o processopsicossocial básico da experiência, discutindo suas implicações para questionar o modelo clínico de intervenção, apontando apossibilidade de a enfermagem atuar na prevenção e propondo questões para aprimorar a formação do enfermeiro
Considering that comfort and discomfort must be understood in the light of patients' interactions during illness and treatment- thus linked to institutions' objective factors, grounding rationale, and practices -, this study inquired on comfort and discom-fort such as experienced by men who had suffered acute myocardial infarction (AMI). By resorting to the Symbolic Interactionismand to Grounded Theory methodology, data were collected by means of interviews with 13 men who had suffered AMI, at twohealth units in the city of São Paulo. The analysis led to building a theoretical model of such experience, made up by threephenomena and essentially pervaded by the discomfort of "undergoing loss of spontaneous action". This articles sums up thebasic psychosocial process that emerges from that experience, and discusses its implications to question the clinical model oftreatment, pointing to prevention as a further scope of action for nurses, besides raising issues to enhance nurse education