Relações de gênero e iniciação sexual de mulheres adolescentes

Rev. Esc. Enferm. USP; 41 (4), 2007
Publication year: 2007

Trata-se de estudo transversal conduzido com 222 adolescentes mulheres, entre 15 e 19 anos de idade, moradoras da área de uma unidade de saúde da família na zona leste da cidade de São Paulo, cujo objetivo foi descrever as motivações para iniciar ou não a vida sexual e os fatores associados a tal evento. As adolescentes que já haviam iniciado a vida sexual eram mais velhas, não coabitavam com os pais, estavam ausentes do sistema educacional, habitavam domicílios ocupados e namoravam em maior proporção do que as sem experiência sexual. Observou-se também que, na opinião das entrevistadas, a iniciação sexual, independente do matrimônio, pareceu ser aceita, mas foi largamente relatado o desejo da existência de vínculo afetivo-amoroso com o parceiro da primeira prática sexual, reforçando que o tradicional papel atribuído à sexualidade feminina, pelas relações de gênero, ainda forma a base do comportamento sexual dessas garotas.
This is a cross-sectional study con-ducted with 222 15 to 19 year-old female adolescents who lived in the area of a family health unit in the East part of the city of São Paulo. The aim was to describe their motivation for starting sexual life or remaining virgin, as well as the associated factors to the onset of sexual life. The girls that had already initiated their sexual life were older, did not cohabitate with both parents, were out of school, lived in illegally-occupied houses and were dating in a higher proportion than the virgin ones. It was also observed a decrease in the value of virginity, but the first intercourse independently of marriage seemed to be acceptable only when there was a romantic relationship with the partner, showing that traditional gender relations continue to be the basis for those girls' sexual behavior.
Se trata de un estudio transversal conducido con 222 adolescentes mujeres, entre 15 e 19 años de edad, moradoras del área de una unidad de salud de la familia en la zona leste de la ciudad de São Paulo, cuyo objetivo fue describir las motivaciones para iniciar o no la vida sexual y los factores asociados a tal evento. Las adolescentes que ya habían iniciado la vida sexual eran mayores, no cohabitaban con los padres, estaban ausentes del sistema educacional, habitaban domicilios ocupados y enamoraban en mayor proporción de lo que las sin experiencia sexual. Se observó también que, en la opinión de las entrevistadas, la iniciación sexual, independiente del matrimonio, pareció ser acepta, pero fue largamente relatado el deseo de la existencia del vínculo afectivo-amoroso con la pareja de la primera práctica sexual, reforzando que el tradicional papel atribuido a la sexualidad femenina, por las relaciones de genero, aún forma la base del comportamiento sexual de esas chicas.