A clínica de enfermagem em saúde mental
Mental health nursing
La clínica de enfermería en salud mental

Rev. baiana enferm; 25 (2), 2011
Publication year: 2011

Com as mudanças propostas pela reforma psiquiátrica, a enfermagem foi direcionada para uma nova prática quese distancia da institucionalização e da assistência manicomial predominante no modelo anterior de assistênciaem saúde mental, mas essas mudanças no campo da atuação, por sua vez, convocam o enfermeiro a rever afundamentação teórica de sua prática, de forma a favorecer a consolidação de suas ações já modificadas presentesnos serviços substitutivos ao hospital psiquiátrico, como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). O estudoobjetivou analisar a prática clínica de enfermagem em saúde mental, identificando as bases teóricas que fundamentamsuas ações. Do ponto de vista da metodologia, trata-se de um estudo de natureza qualitativa, que utilizou comoinstrumento de coleta de dados a entrevista com 14 enfermeiros dos CAPS em Fortaleza, Ceará. A análise dosdados coletados permitiu perceber-se que a enfermagem é requisitada a desenvolver uma atuação clínica que sedá de formas variadas, evidenciando diversos enfoques do cuidado. Constatou-se que muitos enfermeiros queparticiparam da pesquisa ainda não haviam consolidado o real sentido da escuta em sua prática; muitos entendempor escuta o diálogo, escutar as queixas patológicas, estratégia de acolhimento ou mesmo escutar as solicitaçõespara posterior resolução de queixas; o relacionamento terapêutico também sofre distorção em seu significado, aoser compreendido como uma forma amigável de relação com os pacientes. Quanto à consulta, também se percebeua falta de entendimento, ao ser confundida com triagem ou apenas avaliação, não obstante ter-se constatado quetambém há enfermeiros que a utilizam como espaço de intervenção. Concluiu-se que a enfermagem busca novasformas de fazer clínica em saúde mental, embora encontre dificuldades para construir uma concepção de clínicaque transponha a doença e enfoque os sujeitos.
With the changes proposed by the psychiatric reform, nursing was directed to a new practice which is far distantfrom the institutionalization and the asylum assistance prevalent in the previous model of mental health care.However, the changes in this , in turn, call the nurses to review the theoretical foundation of their practice, inorder to encourage the consolidation of their actions which are already modified in places that replace the psychiatrichospitals, such as the Psychosocial Attention Center, in Fortaleza (CAPS). This study aimed to analyze the mentalhealth nursing practice, identifying the theoretical basis that underlie its actions. This is a qualitative study, whichused as data collection interviews with 14 nurses working in the CAPS, Ceará. THE analysis of the collected datashowed that nursing is requested to develop a clinical practice that occurs in various forms, highlighting variousapproaches of care. The results show that many nurses who participated in the survey had not yet consolidated thereal sense of listening in their practice; many understand by listening to the patient?s talk, listening to pathologicalcomplaints, using a receptive strategy or even listening to requests for later resolution of complaints; the therapeutic relationship also suffers from distortion as it is understood as a friendly way to deal with patients. With respect tothe psychiatric appointment it was also noticed the lack of understanding, as the appointment was perceived asjust an evaluation. Nevertheless, the results show that there are also nurses who use the appointment as a space forintervention. It was concluded from this study that nursing seeks new ways of doing mental health clinic. However,it finds it difficult to build a conception that transposes the disease and focuses on the subject
Con los cambios propuestos por la reforma psiquiátrica, la enfermería fue direccionada para una nueva prácticaque se distancia de la institucionalización y asistencia de un manicomio predominante en el modelo anterior deasistencia en salud mental, pero estos cambios en el campo de actuación, a su vez, convocan al enfermero a rever losfundamentos teóricos de su práctica, con el fin de consolidar sus acciones ya modificadas, presentes en los serviciossustitutivos al hospital psiquiátrico, como los Centros de Atención Psicosocial (CAPS). El estudio objetivó analizar lapráctica clínica de enfermería en salud mental, identificando las bases teóricas que fundamentan sus acciones. Desdeel punto de vista de la metodología, se trata de un estudio cualitativo, que utilizó la entrevista como instrumento derecolección de datos con 14 enfermeros de los CAPS en Fortaleza, Ceará. El análisis de los datos recolectados permitiópercibir que la enfermería es solicitada para desarrollar una actuación clínica que se presenta de variadas formas,evidenciando diversos enfoques de la atención. Se constató que muchos enfermeros que participaron en la encuestaaún no habían consolidado el sentido real de la escucha en su práctica; muchos entienden por escucha el diálogo,escuchar las quejas patológicas, estrategia de acogimiento o incluso escuchan peticiones para la posterior resoluciónde las quejas; la relación terapéutica también sufre distorsión en su significado, al ser comprendido como una formaamigable de relación con los pacientes. Con relación a la consulta, también se notó la falta de entendimiento, alser confundida con triar o apenas con la evaluación, No obstante, haberse constatado que también hay enfermerosque lo utilizan como un espacio para la intervención. Se concluye que la enfermería busca nuevas formas de hacerclínica en salud mental, aunque encuentre dificultades para construir una concepción de clínica que transpongala enfermedad el enfoque los sujetos.