Vigilância epidemiológica da violência e dos acidentes: experiência de um município do interior da Bahia
Epidemiological surveillance of violence and injuries: the experience of a municipality in Bahia
Vigilancia epidemiólogica de la violencia y de los accidentes: experiencia en un municipio del interior de la Bahia

Rev. baiana enferm; 27 (1), 2013
Publication year: 2013

Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA) objetiva facilitar a coleta de dados e divulgação de informações sobre a violência e os acidentes, propor ações para a prevenção da violência, promoção da saúde e cultura de paz. Estudo exploratório de abordagem qualitativa que teve como objetivo descrever a experiência de implantação da VIVA no município de Feira de Santana (BA) e confrontar a experiência com as proposições políticas do Ministério da Saúde (MS). Participaram deste estudo, profissionais que trabalham em atividades técnicas e de gestão do programa. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevista semiestruturada. O material empírico foi organizado de modo a possibilitar o relato da experiência, atendendo a uma sequência cronológica, confrontando-a com as proposições políticas sobre o tema, utilizando-se um suporte teórico apoiado em documentos oficiais que embasaram a discussão. Os resultados mostram que, a despeito de a política elaborada pelo MS para monitorar as violências e acidentes por causas externas que não geram óbitos e internações ser relevante e abrangente, a vontade política dos gestores é condição determinante para que a vigilância dessas ocorrências seja realmente realizada. Concluiu-se que o suporte financeiro e logístico inicial, disponibilizado pelo MS e pelas Secretarias Estaduais de Saúde, por meio das suas divisões de Vigilância Epidemiológica, certamente contribuiu significantemente para a criação do núcleo VIVA em Feira de Santana, mas não garantiu sua efetivação nos moldes definidos pelo MS. A participação dos movimentos sociais e o controle exercido pelas representações sociais no conselho municipal de saúde poderão reverter essa realidade.
Surveillance of Violence and Accidents (VIVA) aims to facilitate data collection and dissemination of information about violence and accidents, as well as propose actions to prevent violence, promote health and peace. This is a qualitative exploratory study that aimed to describe the experience of implementing the VIVA in Feira de Santana (BA), Brazil, and confront the experience with the policy proposals of the Ministry of Health. The study comprised of professionals working in technical activities and program management. The data were collected through semi-structured interview. The empirical material was organized to enable the reporting of experience serving a chronological sequence, comparing it with the policy proposals on the subject, using a theoretical framework supported by official documents that support the discussion. The results show that despite the policy prepared by the Ministry of Health to monitor the violence and accidents by external causes that do not generate hospitalizations and deaths, being relevant and comprehensive, political will of managers is a determinant aspect for the supervision of these occurrences. The initial financial and logistical support provided by the Ministry of Health and State Health Departments, through its surveillance divisions certainly contributed significantly to the creation of VIVA in Feira de Santana, but did not guarantee its effectiveness in a manner established by The Ministry of health. The participation of social movements and the control exerted by social representations in municipal health council may reverse this reality.
La Vigilancia de Violencias y Accidentes (VIVA) objetiva facilitar la recolecta y difusión de informaciones sobre la violencia y los accidentes, proponer acciones para la prevención de la violencia y promover la salud y la cultura de la paz. Estudio exploratorio de enfoque cualitativo que tuvo como objetivo describir la experiencia de la implementación de la VIVA en el municipio de Feira de Santana (BA) y confrontar la experiencia con las propuestas políticas del Ministerio de Salud (MS). Participaron de este estudio profesionales que trabajan en actividades técnicas y en la gestión del programa. Los datos fueron recolectados a través de entrevistas semiestructuradas. El material empírico fue organizado para permitir el relato de experiencia atendiendo a una secuencia cronológica, confrontándolas con las propuestas políticas sobre el tema, utilizando una base teórica apoyada en documentos oficiales que respaldan la discusión. Los resultados muestran que a pesar de la política elaborada por el Ministerio de Salud para el monitoreo de la violencia y los accidentes provocados por causas externas, los cuales no generan hospitalizaciones y muertes, es relevante e extenso, la voluntad política de los gestores es condición determinante para que la vigilancia de esas ocurrencias sea efectivamente realzada. Se concluye que el apoyo financiero y logístico inicial proporcionada por el Ministerio de Salud y las Secretarias Estaduales de Salud, a través de su división de Vigilancia epidemiológica, sin duda contribuyó significativamente para la creación del núcleo VIVA en Feira de Santana, pero sin garantizar su eficacia dentro de las pautas definidas por el MS. La participación de los movimientos sociales y el control ejercido por las representaciones sociales en el Consejo Municipal de Salud podrán revertir esa realidad.