Do governo dos vivos ao governo dos mortos: discursos que operam para a governamentalidade da morte
Del gobierno de los vivos al gobierno de los muertos: discursos que operan para la gobernabilidad de la muerte
From Government of the Living to Government of the Dead: Discourses that Operate for the Governance of Death

Aquichan; 13 (3), 2013
Publication year: 2013

Objetivo:

conhecer os discursos sobre a morte e o morrer que circulam nos artefatos disponíveis on-line na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS).

Método:

foram selecionados, por meio da busca integrada na base de dados BVS, 16 artigos a partir dos descritores: morte, enfermagem e cuidados paliativos. Após constituído o corpusda pesquisa, por aproximação temática, os dados produzidos foram submetidos à análise textual. A discussão dos dados foi operada a partir das noções de normalização e a governamentalidade, propostas pelo filósofo Michel Foucault.

Resultados:

os resultados apontam uma tendência em normalizar o processo de morrer, a partir da filosofia dos Cuidados Paliativos. Visa-se à aceitação da morte, de forma que aqueles que não estão atravessados e subjetivados por esse discurso estão fora de um padrão considerado o ideal. Além disso, esse novo modelo de cuidados desponta como uma estratégia de governamento dos corpos, favorecido pelo ambiente do domicílio e respaldado pelos diferentes saberes, como o religioso e o científico.

Conclusão:

que a constituição desse modo de cuidar, enquanto um saber incorporado pelo discurso científico captura as enfermeiras numa trama de poder em relação aos sujeitos em processo de morrer.

Objetivo:

conocer los discursos acerca de la muerte y el morir que circulan en los artefactos disponibles online en la Biblioteca Virtual en Salud (BVS).

Método:

se seleccionaron, por medio de la búsqueda integrada en la base de datos BVX, 16 artículos con los descriptores: muerte, enfermería y cuidados paliativos. Tras constituido el corpus de la investigación, por acercamiento temático, los datos producidos fueron sometidos al análisis textual. La discusión de los datos se llevó a cabo desde las nociones de normalización y la gubernamentalidad, planteadas por el filósofo Michel Foucault.

Resultados:

los resultados señalan una tendencia en normalizar el proceso de morir desde la filosofía de los Cuidados Paliativos. Se objetiva la aceptación de la muerte, de forma que aquellos que no están atravesados y subjetivados por ese discurso están fuera de un estándar considerado lo ideal. Además, ese nuevo modelo de cuidados despunta como una estrategia de gubernamiento de los cuerpos, favorecido por el ambiente del domicilio y respaldado por los diferentes saberes, como el religioso y el científico.

Conclusiones:

la constitución de ese modo de cuidar, como un saber incorporado por el discurso científico, captura las enfermeras en una trama de poder ante los sujetos en proceso de morir.

Objective:

Know the discourses on death and dying that in the artifacts available online in the Virtual Health Library (VHL ).

Method:

Through an integrated search in the VHL database, 16 articles were selected with the following descriptors: death, nursing and palliative care. Once the body of the research was formed along the lines of a thematic approach, the data produced were subjected to a textual analysis. The discussion of the data was undertaken in light of the notions of standardization and governmentality raised by the philosopher Michel Foucault.

Results:

The results show a tendency to standardize the process of dying pursuant to the philosophy of palliative care. Acceptance of death is perceived in objective terms, so those who are not experiencing and subjectified by that discourse are outside a standard that is considered ideal. Moreover, this new model of care is emerging as a strategy for governance of the body, favored by a home environment and backed by different knowledge, such as religious and scientific.

Conclusions:

The establishment of this mode of care, as know-how built on scientific discourse, catches nurses in a weave of power when dealing with those who are in the process of dying.