Metáfora e conceito em pesquisas qualitativas
Rev. enferm. UERJ; 11 (3), 2003
Publication year: 2003
O autor retoma a questão da especificidade da pesquisa qualitativa. Sua tese, referida a Deleuze e Guattari, é que esta situa-se entre ciência, arte e filosofia. A sociopoética valoriza essa especificidade ao favorecer a criação de sentidos inovadores pelo grupo pesquisador. Em referência a Frege e Ricoeur, o autor mostra a importância de métodos de pesquisa que facilitam a libertação do processo de metaforização, constituido do uso comum da língua e da criatividade dos sujeitos falantes. Não existem significados originários, e sim constituição de interferências: a metáfora atravessa a língua, da mesma maneira que o afeto é relacionado ao conceito, no confeto. Aqui encontra-se a criatividade do pensamento popular, conforme mostrou Michel de Certeau. Mas a filosofia exige, conforme Ricoeur e Deleuze e Guattari, o distanciamento dos conceitos, sua fuga no plano de consistência. A sociopoética visa a criação de conceitos a partir do pensamento do grupo pesquisador considerado como um filósofo coletivo.