Estigma e preconceito no cotidiano do enfermeiro psiquiátrico: a negação da sexualidade do doente mental
Rev. enferm. UERJ; 14 (4), 2006
Publication year: 2006
O objetivo deste trabalho foi identificar as representações sociais dos enfermeiros psiquiátricos sobre a sexualidade do doente mental do ponto de vista do estigma e do preconceito. A coleta dos dados foi realizada nas cinco instituições públicas que prestavam assistência ao doente mental em Ribeirão Preto - SP, em 2005, totalizando 17 enfermeiros entrevistados através da Técnica de Investigação em Situação Cotidiana que associa frases a imagens. Se o estigma classifica os sujeitos, o preconceito reforça esse processo identitário. No espaço das representações sociais, o enfermeiro legitima o seu discurso, reforçando a negação da sexualidade do doente mental, configurando-o como o núcleo central. Os elementos periféricos são os artifícios adotados que sustentam a negação, imediatizados pelo desempenho do seu papel profissional que, até certo ponto, revela aspectos de sua indecisão, constrangimento, recriminação e medo como uma dificuldade concreta e individualizada.