Violência contra as mulheres: concepções de profissionais da Estratégia Saúde da Família acerca da escuta
Violence against women: conceptions of family health strategy professionals about listening
Violencia contra mujeres: concepciones de profesionales de salud de la familia sobre la escucha

REME rev. min. enferm; 22 (), 2018
Publication year: 2018

Buscou-se analisar as concepções de profissionais de Estratégia Saúde da Família acerca da escuta às mulheres em situação de violência. Trata-se de pesquisa qualitativa, participante, desenvolvida com 38 profissionais (enfermeiros, técnicos de enfermagem a agentes comunitários de saúde). Os dados foram produzidos em seis oficinas pedagógicas no período de novembro de 2015 a janeiro de 2016. Os dados obtidos foram submetidos à análise temática. A escuta foi concebida pelos profissionais como uma prática que precisa ir além do que a mulher relata, sendo necessárias empatia, sensibilidade, calma e ausência de julgamento. Necessita também de questionamentos indiretos, em ambiente privado, sigiloso e protegido. Os limites indicados foram falta de tempo, demanda excessiva na unidade, ausência de empatia, despreparo do profissional e vigilância do agressor. Como ações e soluções, ressaltam a valorização e qualificação da escuta como técnica e a organização e planejamento de atividades com escuta individual e coletiva.

CONCLUSÃO:

Concluiu-se que a unidade de Estratégia Saúde da Família é um serviço em que a escuta deve ser incentivada a partir da qualificação dessa prática, visando ao acolhimento e integralidade no atendimento às mulheres em situação de violência
The aim of the study was to analyze the conceptions of Family Health professionals about listening to women in situations of violence. This is a qualitative, participant research developed with 38 professionals (nurses, nursing technicians and community health agents). Data were produced in six pedagogical workshops held from November 2015 to January 2016 and were submitted to thematic analysis. Listening was conceived by professionals as a practice that needs to go beyond what the woman reports and requires empathy, sensitivity, serenity and a non-judgmental attitude. It also needs indirect questioning, in a private, confidential and protected environment. The limiting factors indicated by respondents were lack of time, excessive demand on the unit, lack of empathy, unpreparedness on the part of professionals and lack of vigilance of the aggressor. As actions and solutions, the valorization and qualification of listening as a technique and the organization and planning of activities with individual and collective listening were emphasized. We conclude that the Family Health Strategy unit is a service in which listening should be encouraged through the qualification of this practice, aiming at the embracemeng and integral care of women in situations of violence.