Sintomas neuropsiquiátricos de idosos com demência: repercussões para o cuidador familiar
Síntomas neuropsiquiátricos de ancianos con demencia: repercusiones para el cuidador familiar
Neuropsychiatric symptoms of elderly individuals with dementia: repercussions for family caregivers

Texto & contexto enferm; 27 (3), 2018
Publication year: 2018

RESUMO Objetivo:

identificar a presença, frequência e gravidade dos sintomas neuropsiquiátricos em idosos com demência, identificar o desgaste do cuidador familiar e analisar os fatores relacionados ao desgaste do cuidador.

Método:

estudo transversal, descritivo, exploratório e correlacional, realizado com 54 cuidadores familiares de idosos com demência, atendidos em um ambulatório de geriatria de alta dependência de um Hospital Geral Terciário. Utilizaram-se questionário de caracterização dos cuidadores, o Inventário Neuropsiquiátrico e o Inventário Neuropsiquiátrico Desgaste.

Resultados:

a maioria (85,2%) dos cuidadores familiares era de mulheres, média de idade de 51,2 anos e residia com o idoso (74,1%). A média de sintomas neuropsiquiátricos foi 4,5; o mais presente foi apatia/indiferença (74,1%), seguido de disforia/depressão (46,3%); o mais frequente foi o comportamento motor aberrante (75,1%), seguido de agitação/agressividade (52,9%). Quanto à gravidade dos sintomas, a moderada foi a mais prevalente. Observou-se correlação forte positiva entre o escore total dos questionários aplicados (r=0,82, p=<0,001) e entre o escore total do Inventário Neuropsiquiátrico-Desgaste e o número de sintomas neuropsiquiátricos, apresentados pelos idosos com demência (r=0,83, p=<0,001); correlação fraca positiva entre o escore total do Inventário Neuropsiquiátrico-Desgaste e o número de dias na semana dedicado ao cuidado (r=0,28, p=0,042) e entre problemas de saúde do cuidador e o escore total do Inventário neuropsiquiátrico Desgaste (r=0,29, p=0,034), com significância estatística.

Conclusão:

os resultados encontrados mostram a necessidade de investimentos na assistência ao binômio idoso/cuidador com vistas ao melhor manejo dos sintomas neuropsiquiátricos e à redução do desgaste do cuidador.
RESUMEN Objetivo identificar la presencia, frecuencia y gravedad de los síntomas neuropsiquiátricos en ancianos con demencia, identificar el desgaste del cuidador familiar y analizar los factores relacionados con el desgaste del cuidador. Método estudio transversal, descriptivo, exploratorio y correlacional realizado con 54 cuidadores familiares de ancianos con demencia atendidos en un ambulatorio de geriatría de alta dependencia de un Hospital General Terciario. Se utilizó el cuestionario de caracterización de los cuidadores, el Inventario Neuropsiquiátrico y el Inventario Neuropsiquiátrico de Desgaste. Resultados la mayoría (85,2%) de los cuidadores familiares eran mujeres de media edad, 51,2 años, y residía con el anciano (74,1%). La media de síntomas neuropsiquiátricos fue de 4,5. El más presente fue apatía/indiferencia (74,1%), seguido de disforia/depresión (46,3%) y el más frecuente fue el comportamiento motor aberrante (75,1%), seguido de agitación/agresividad (52,9%). En relación a la gravedad de los síntomas, el que más prevaleció fue el moderado. Se observó una correlación fuerte y positiva entre el resultado total de los cuestionarios aplicados (r=0,82, p=<0,001), el resultado total del Inventario Neuropsiquiátrico de Desgaste y el número de síntomas neuropsiquiátricos presentados por los ancianos con demencia (r=0,83, p=<0,001). Hubo una correlación débil y positiva entre el resultado total del Inventario Neuropsiquiátrico de Desgaste y el número de días de la semana dedicados al cuidado (r=0,28, p=0,042), y entre problemas de salud del cuidador y el resultado total del Inventario Neuropsiquiátrico de Desgaste (r=0,29, p=0,034) con la significancia estadística. Conclusión los resultados encontrados señalan la necesidad de mayores inversiones en la asistencia para el binomio anciano/cuidador con vistas a un mejor manejo de los síntomas neuropsiquiátricos y para la reducción del desgaste del cuidador.

ABSTRACT Objective:

to identify the presence, frequency and severity of neuropsychiatric symptoms among elderly individuals with dementia, identify family caregiver distress, and analyze factors related to caregiver distress.

Method:

cross-sectional, descriptive, exploratory and correlational study conducted with 54 family caregivers of elderly individuals with dementia, receiving care in a geriatric outpatient clinic for highly dependent individuals in a tertiary general hospital. The instruments used included a questionnaire to characterize the caregivers, the Neuropsychiatric Inventory and Neuropsychiatric Inventory Caregiver Distress Scale.

Results:

most (85.2%) family caregivers were women aged 51.2 years old, on average, who lived with the elderly individuals (74.1%). There was an average of 4.5 neuropsychiatric symptoms; the most prevalent was apathy/indifference (74.1%), followed by disphoria/depression (46.3%). The most frequent was aberrant motor activity (75.1%), followed by agitation/agression (52.9%). Severity of symptoms was most frequently moderate. A strong positive correlation was found between the questionnaires' total scores (r=0.82, p=<0.001) and the total score of the Neuropsychiatric Inventory Caregiver Distress Scale and the number of neuropsychiatric symptoms presented by the elderly individuals with dementia (r=0.83, p=<0.001); weak correlation between the total score of the Inventory Caregiver Distress Scale and number of days dedicated to providing care in a week (r=0.28, p=0.042) and between the caregivers' health problems and the Inventory Caregiver Distress Scale total score (r=0.29, p=0.034); all of these have statistical significance.

Conclusion:

the results show a need to invest in the assistance provided to the elderly individual/caregiver pair in order to improve neuropsychiatric symptoms and decrease caregiver distress.