Prevalência da medicalização do trabalho de parto e parto na rede pública de saúde
Prevalencia del medicalización del trabajo del parto yparto en la red públicade salud
Prevalence of medicalization of labor and delivery in the public health network

Ciênc. cuid. saúde; 15 (4), 2016
Publication year: 2016

RESUMO O estudo teve por objetivo verificar a prevalência da medicalização do trabalho de parto e parto na rede pública de saúde. Foi realizado um estudo transversal com 358 puérperas atendidas pelo Sistema Único de Saúde. As entrevistas foram feitas no hospital no período pós-parto e os prontuários e cartão da gestante foram verificados.

A medicalização do parto foi considerada presente quando houve pelo menos uma destas intervenções:

tricotomia; enteroclisma; indução/condução do parto; amniotomia; episiotomia ou cesariana. Além disso, a medicalização foi analisada segundo variáveis sociodemográficas, obstétricas e assistenciais, por meio do teste Qui-quadrado, considerando p≤ 0,05. O percentual de mulheres com pelo menos uma intervenção no trabalho de parto e parto foi de 92,7%. Houve associação com mulheres primigestas e histórico de cesariana prévia em mulheres multigestas. A tricotomia esteve associada à cesariana e, a indução/condução à amniotomia e episiotomia, sugerindo o efeito cascata. Conclui-se que as altas taxas de medicalização e a associação entre as intervenções demonstram a necessidade de vigilância e humanização da assistência à saúde da mulher durante o trabalho de parto e parto.

RESUMEN Objetivo:

verificar la prevalencia de la medicalización del trabajo de parto y parto en la red pública de salud.

Método:

estudio transversal con 358 puérperas atendidas por el Sistema Único de Salud (SUS). Las entrevistas fueron realizadas en el hospital en el período posparto y los registros médicos y la tarjeta de la gestante fueron verificados.

La medicalización del parto fue considerada presente cuando hubo por lo menos una de estas intervenciones:

tricotomía; enema; inducción/conducción del parto; amniotomía; episiotomía o cesariana. Además, la medicalización fue analizada según variables sociodemográficas, obstétricas y asistenciales, por medio de la prueba ji-cuadrado, considerando p≤ 0,05.

Resultados:

el porcentual de mujeres con por lo menos una intervención en el trabajo de parto y parto fue de 92,7%. Hubo asociación con mujeres primigestas e histórico de cesariana previa en mujeres multíparas. La tricotomía estuvo asociada a la cesariana y la inducción/conducción a la amniotomía y episiotomía, sugiriendo el efecto cascada.

Conclusión:

las altas tasas de medicalización y la asociación entre las intervenciones demuestran la necesidad de vigilancia y humanización de la atención a la salud de la mujer durante el trabajo de parto y parto.
ABSTRACT The study aimed to verify the prevalence of medicalization of labor and delivery in the public health system. A cross-sectional study was carried out with 358 puerperal patients attended by the Unified Health System. Interviews were performed at the hospital in the postpartum period and the patient's charts and card were checked.

The medicalization of labor was considered present when there was at least one of these interventions:

trichotomy; enteroclysis; induction/conduction of labor; amniotomy; episiotomy or cesarean section. In addition, the medicalization was analyzed according to sociodemographic, obstetric and care variables, using the Chi-square test, considering p≤0.05. The percentage of women with at least one intervention in labor and delivery was 92.7%. There was an association with primigravida women and previous cesarean history in multigesta women. The trichotomy was associated with cesarean section, and induction/conduction to amniotomy and episiotomy, suggesting the cascade effect. It is concluded high medicalization rates and the association between interventions demonstrate the need for vigilance and humanization of women's health care during labor and delivery.