Prática de episiotomia entre residentes em enfermagem obstétrica
Práctica de la episiotomía entre residentes de enfermería obstétrica
Use of episiotomy among residents in obstetric nursing

Cogit. Enferm. (Online); 23 (4), 2018
Publication year: 2018

RESUMO:

Objetivo: identificar a frequência e justificativa para a realização da episiotomia em partos assistidos por residentes em enfermagem obstétrica.

Método:

estudo descritivo e retrospectivo, realizado no período de outubro a novembro de 2016, em uma maternidade pública do município de São Paulo. A população do estudo foi constituída por 884 parturientes de baixo risco. Para análise estatística, utilizou-se o teste Qui-Quadrado.

Resultados:

a episiotomia ocorreu em 174 (19,7%) partos e em 512 (59%) houve lacerações perineais. A integridade perineal foi mantida em 187 (21,4%) partos.

As principais indicações estiveram relacionadas às condições do períneo:

54 (58,1%) por rigidez perineal, 22 (23,7%) períneo curto e 19 (20,4%) eminência de laceração grave.

Conclusão:

a prática de episiotomia entre residentes está acima do recomendado pela OMS e, com relação às justificativas apresentadas, há discrepância com as mundialmente utilizadas, trazendo reflexões acerca do modelo de formação e do distanciamento entre teoria e prática.

RESUMEN:

Objetivo: Identificar la frecuencia y la razón de ejecución de episiotomía en partos atendidos por residentes en enfermería obstétrica.

Método:

Estudio descriptivo, retrospectivo, realizado de octubre a noviembre de 2016 en maternidad pública del municipio de São Paulo. Población constituida por 884 parturientas de bajo riesgo. Para análisis estadístico se aplicó test de Chi-cuadrado.

Resultados:

Se practicó episiotomía en 174 (19,7%) partos, y en 512 (59%) hubo laceraciones perineales. Se mantuvo la integridad perineal en 187 (24,4%) de los partos.

Las indicaciones principales se relacionaron con las condiciones perineales:

54 (58,1%) por rigidez perineal, 22 (23,7%) por perineo corto y 19 (20,4%) por inminencia de laceración grave.

Conclusión:

La práctica de episiotomía entre residentes supera lo recomendado por la OMS y, respecto a las razones presentadas, existe discrepancia con las mundialmente aplicadas, debiéndose reflexionar sobre el modelo de formación y de la distancia entre teoría y práctica.

ABSTRACT:

Objective: to identify the frequency of and justification for episiotomy in childbirths attended by residents in obstetric nursing.

Method:

Descriptive and retrospective study conducted in October-November, 2016, in a public maternity hospital in the city of São Paulo. The study population consisted of 884 low-risk pregnant women. Chi-square testwas used for statistical analysis.

Results:

Episiotomy was performed in 174 (19.7%) deliveries and in 512 (59%) there were perineal lacerations. Perineal integrity was maintained in 187 (21.4%) deliveries.

The main indications were related to perineal conditions:

54 (58.1%) perineal rigidity, 22 (23.7%) short perineum and 19 (20.4%) imminent severe laceration.

Conclusion:

The frequency of use of episiotomyby residents in obstetric nursingis higher than evidence based recommendations from the WHO, and regarding the reasons for the procedure, they differ from those generally reported worldwide, which leads to reflections about the model of professional training of obstetric nurses and the distance between theory and practice.