Paciente de unidade de terapia intensiva e a percepção dos cuidados de higiene corporal
Publication year: 1984
Este trabalho teve como objeto de investigação o paciente crítico, inserido na dinâmica da UTI com a integridade física comprometida pelos diferentes artefatos terapêuticos, e sua percepção quanto à necessidade e à prática dos cuidados de higiene corporal. A população estudada constou de 45 pacientes de ambos os sexos, com 25 a 83 anos de idade, internados na UTI para tratamento clínico ou cirúrgico e que foram entrevistados após a alta da referida unidade. Os resultados obtidos evidenciaram que dos cuidados higiênicos pertinentes a assistência ao paciente crítico, somente o banho no leito foi expressivamente relatado, sendo significativa a informação de queixas quanto à falta de outros cuidados. Constatou-se ainda que vergonha, dor e desconforto foram as sensações mais experimentadas durante esse atendimento de enfermagem. A referência de vergonha pela exposição física se fez presente principalmente entre as mulheres, os pacientes mais idosos e aqueles com menor número de procedimentos invasivos. Outro achado relevante refere-se à constatação da limitada participação individual, tanto no planejamento, como na execução do auto cuidado. Pode-se também verificar que não houve associação estatisticamente significante entre as variáveis sexo, idade, nível quantitativo de procedimentos invasivos e a percepção quanto à participação e à referência de falta de cuidados higiênicos.