Publication year: 1984
O desempenho profissional das enfermeiras não resulta apenas da formação profissional básica recebida. Resulta também dos incentivos e oportunidades de aprimoramento pessoal e técnico que lhe são ou não oferecidos pela sociedade, como um sistema sócio-econômico-político-cultural, e, pela organização, como um subsistema desse sistema maior no qual a enfermeira exerce profissão. Entretanto, para a organização oferecer oportunidades para o desenvolvimento desse pessoal, é necessário que ela conheça o desempenho de seu pessoal, que analisa as características pessoais e organizacionais que nele interferem e que avalie a sistemática utilizada na apreciação desse desempenho. Por esse motivo, o presente estudo teve, como objetivo, "conhecer como estão sendo desenvolvidos os programas de avaliação de desempenho das enfermeiras nos hospitais gerais do Município de São Paulo".
O estudo foi realizado em seis hospitais assim distribuídos:
três governamentais. um lucrativo e dois não lucrativos tendo sido entrevistadas 89 enfermeiras, sendo seis chefes de Serviço de Enfermagem, 12 Enfermeiras Avaliadoras e 71 Enfermeiras Avaliadas. Foram analisados os seguintes componentes do programa:
objetivos do programas; elementos responsáveis pela avaliação; preparo desses elementos; frequência das avaliações; técnicas utilizadas e instrumentos e métodos de avaliação adotados. Foram analisados também os sentimentos que envolvem as enfermeiras na avaliação. Os dados obtidos pelas entrevistas com as enfermeiras e a análise desses dados pela literatura pertinente, possibilitaram a evidência de pontos pacíficos e críticos desses programas. Os dados obtidos permitiram as seguintes conclusões:
o sistema formador e o sistema utilizador não preparam as enfermeiras para as atividades de avaliação, mas, apesar disso, as enfermeiras sentem-se seguras quando avaliam; os hospitais utilizam, principalmente, a avaliação para a admissão, demissão e promoção do pessoal, enquanto as enfermeiras consideram que deveria ser utilizada, principalmente, para o aprimoramento do pessoal; os instrumentos de avaliação adotados contém, em maior número, prognosticadores pessoais, enquanto a literatura preconiza maior número de prognosticadores profissionais; o significado que as Enfermeiras Avaliadoras dão aos prognosticadores não coincide, na sua maioria, com o das respectivas Enfermeiras Avaliadas; os métodos adotados para a avaliação são considerados "métodos voltados para o passado", enquanto a literatura preconiza o uso de "métodos voltados para o futuro", foram considerados positivos os sentimentos que predominam nas enfermeiras após a avaliação. Constatou-se também, que os componentes dos programas adotados pelos hospitais do estudo, não apresentam diferenças significativas.