Efeito da utilização do brinquedo terapêutico, pela enfermeira pediatra, sobre o comportamento de crianças recém-hospitalizadas

Publication year: 1986

Esta pesquisa foi realizada com o intuito de investigar a influência do brinquedo terapêutico, utilizado pela enfermeira, sobre o comportamento de crianças de 3 a 5 anos de idade, recém-hospitalizadas. Foi motivada por um interesse da autora em procurar meios que auxiliem as crianças a enfrentarem a situação de hospitalização, a qual, em geral representa para elas um grande estresse emocional, e que possam ser utilizados no cuidado de enfermagem. Os resultados demostraram que a maioria das crianças, de ambos os grupos, apresentavam, na primeira observação, grande frequência de respostas comportamentais indicando que: mantinham pouca interação interpessoal; apresentavam grande número de movimentos sem um objetivo aparente; tinham pouca iniciativa e independência em suas ações; estavam, geralmente tristes; mantinham rápidos contatos visuais e não reagiam ao que viam; verbalizavam pouco, e em geral não brincavam e algumas vezes não respondiam aos estímulos ou solicitações. Na segunda observação, a maioria das crianças do grupo de controle manteve os mesmos tipos de respostas comportamentais. As componentes do grupo experimental, ao contrário, apresentaram uma progressão positiva de seus comportamentos, após terem participado da sessão de brinquedo terapêutico, observou-se que a maioria delas passou: a manter maior interação com as outras pessoas, inclusive iniciando mais as interações; a se movimentar, principalmente, para realizar alguma ação com um objetivo aparente, demonstrando iniciativa e independência; a manter contatos visuais demonstrando estarem atentas e reagirem àquilo que viam; a verbalizar expressando seus pensamentos de forma completa; a demonstrar mais alegria; a brincar e a responder sempre aos estímulos ou solicitações que lhe eram feitas. Concluiu-se disto, que o brinquedo terapêutico favoreceu o aparecimento de comportamentos mais compatíveis ao desenvolvimento esperado da criança nesta faixa etária, assim como os considerados de adaptação ou de ego forte, evidenciando, portanto, uma influência positiva do uso desta técnica, no cuidado de enfermagem à criança de 3 a 5 anos de idade, recém-hospitalizada.