Publication year: 2019
Introdução:
Mortes, incapacidades e várias doenças crônicas vêm sendo direta ou indiretamente atribuídos à estados de peso corporal em todo o mundo. Nesse contexto, o monitoramento de indicadores de peso corporal em nível populacional é importante para apoiar o planejamento de respostas de saúde pública. Objetivo:
Estimar tendências de indicadores de peso corporal em adultos (≥ 18 anos) nas capitais estaduais e no Distrito Federal do Brasil. Métodos:
A média de índice de massa corporal (IMC) e prevalências de categorias de IMC, desde a categoria baixo peso até a categoria obesidade mórbida, foram estimadas anualmente de 2006 a 2016 para cada capital, para o Distrito Federal, e para todas as capitais e o Distrito Federal em geral, por sexo. A prevalência de obesidade foi estimada também por níveis de escolaridade. A média de IMC e as prevalências de categorias de IMC foram padronizadas por idade. Projeções até 2030 de prevalência de obesidade foram estimadas utilizando regressão composicional. A associação entre anos de escolaridade e obesidade foi analisada utilizando regressão multinível. Resultados:
De 2006 a 2016, os principais resultados foram: (i) a média geral de IMC padronizada por idade aumentou de 25,4 kg/m² para 26,3 kg/m² em homens, e de 24,5 kg/m² para 25,8 kg/m² em mulheres; (ii) a prevalência geral de sobrepeso padronizada por idade aumentou de 48,1% para 57,5% em homens, e de 37,8% para 48,2% em mulheres; (iii) a prevalência geral de obesidade padronizada por idade aumentou de 11,7% para 18,1% em homens, e de 12,1% para 18,8% em mulheres; (iv) em geral, os maiores aumentos nas prevalências de sobrepeso e obesidade padronizadas por idade ocorreram em capitais localizadas nas regiões norte, nordeste e centro-oeste; (v) a tendência na média de IMC padronizada por idade foi estável apenas na capital Vitória em homens; (vi) em geral, a prevalência de obesidade foi maior na população com nível de escolaridade baixo; (vii) em 2030, nas capitais em geral, estimou-se projeções de prevalência de obesidade de 31,8% e 32,2% em homens e mulheres, respectivamente; e (viii) o aumento de um ano de escolaridade esteve associado a uma menor chance de obesidade sobretudo em mulheres. Conclusão:
As políticas para a prevenção e o tratamento da obesidade no Brasil nos últimos anos não conseguiram frear o aumento na prevalência da obesidade nas capitais e no Distrito Federal. Assim, sugere-se uma revisão das políticas brasileiras para a prevenção e o tratamento da obesidade. Adicionalmente, embora políticas sejam necessárias em todas as capitais, os resultados sugerem que políticas são necessárias sobretudo nas capitais das regiões norte, nordeste e centro-oeste, que são as capitais onde, de um modo geral, ocorreram os maiores aumentos nas prevalências de sobrepeso e obesidade padronizadas por idade.(AU)
Background:
Deaths, disabilities and various chronic diseases are being directly or indirectly attributed to body weight status worldwide. In this context, the monitoring of population-level body weight indicators is important to support the planning of public health responses. Purpose:
To estimate trends in body weight indicators in adults (≥ 18 years old) in Brazil’s state capitals and Federal District. Methods:
The mean body mass index (BMI) and prevalence of BMI categories, ranging from underweight to morbid obesity, were estimated annually from 2006 to 2016 for each state capital, for the Federal District, and for all state capitals and the Federal District overall, by sex. Obesity prevalence was also estimated by education level. The mean BMI and prevalence of BMI categories were standardized by age. Obesity prevalence projections up to 2030 were estimated using compositional regression. The association between years of schooling and obesity was analyzed using multilevel regression models. Results:
From 2006 to 2016, the main findings were: (i) the overall age-standardized mean BMI increased from 25.4 kg/m² to 26.3 kg/m² in men, and from 24.5 kg/m² to 25.8 kg/m² in women; (ii) the overall age-standardized prevalence of overweight increased from 48.1% to 57.5% in men, and from 37.8% to 48.2% in women; (iii) the overall age-standardized prevalence of obesity increased from 11.7% to 18.1% in men, and from 12.1% to 18.8% in women; (iv) in general, the largest increases in age-standardized overweight and obesity prevalence were found in state capitals located in the north, northeast, and central-west regions of Brazil; (v) the age-standardized mean BMI trend was stable only in Vitória state capital in men; (vi) in general, obesity prevalence was highest in the population with low education level; (vii) in 2030, in the state capitals overall, it was estimated obesity prevalence projections of 31.1% and 31.8% in men and women, respectively; and (viii) the increase in one year of schooling was associated with a lower odds of obesity especially in women. Conclusion:
The policies for preventing and treating obesity in Brazil over the past years were not able to halt the increase in obesity prevalence in the state capitals and the Federal District. Thus, a revision of Brazil’s policies for preventing and treating obesity is suggested. Furthermore, although policies are necessary in all state capitals, our results suggest that policies are especially necessary in the north, northeast, and central-west regions’ state capitals, where, in general, the largest increases in age-standardized overweight and obesity prevalence were experienced.(AU)