O desgaste do trabalhador de enfermagem: relação trabalho de enfermagem e saúde do trabalhador

Publication year: 1996

O estudo, fundamentado no materialismo histórico e dialético, busca a compreensão do processo saúde-doença vivenciado pelos trabalhadores de enfermagem no desempenho do seu trabalho. Para tanto, reproduz a construção teórica-metodológica já validada por LAURELL e NORIEGA em outros estudos, objetivando evidenciar as particularidades da relação de determinação trabalho-saúde que se expressão, especificamente, nos trabalhadores de enfermagem de um hospital público e universitário. Nesse referencial teórico as intermediações processo de valorização, processo de trabalho, cargas de trabalho e desgaste, evidenciam a subordinação da relação trabalho-saúde ao modo de produzir da sociedade. O estudo evidencia no processo de valorização, como vertente do processo de produção, duas estratégias principais de geração de mais-valia: o aumento da produtividade e a intensificação do ritmo de trabalho. Essas estratégias implicam na reprodução da força de trabalho de enfermagem como geradora de processo de desgaste.Evidencia que os processos de desgaste do trabalhador de enfermagem são gerados pela diversidade, intensidade e simultaneidade de exposição a essas cargas, sendo esses processos explicitados pelos danos biopsíquicos, em suas diferentes formas de expressão: morbidade referida pelos trabalhadores, morbidade registrada pelos exames médicos e acidentes de trabalho documentados. Resgata os sinais e sintomas como importantes indicadores do desgaste dos trabalhadores de enfermagem e os ferimentos perfuro-cortantes e as doenças osteo-músculo-articulares como danos característicos do perfil de morbidade desses trabalhadores da realidade empírica em foco. Como síntese, o estudo reconstrói a relação de determinação entre o trabalho de enfermagem e a saúde dos trabalhadores.