Estratégias de coping em trabalhadores de Enfermagem frente ao processo de morte e morrer em unidade de terapia intensiva neonatal

Publication year: 2019

O presente estudo possui como tema “estratégias de coping utilizadas pelos trabalhadores de Enfermagem frente à morte do recém-nato em unidade de terapia intensiva neonatal”. A morte em unidade de terapia intensiva neonatal é um fator de risco psicossocial para a saúde dos trabalhadores de Enfermagem, podendo acarretar altos níveis de estresse e com repercussões para a saúde mental. No intuito de minimizarem o estresse psicossocial e cuidarem de vidas tão frágeis, os trabalhadores de Enfermagem elaboram estratégias de enfrentamento (coping) no ambiente de trabalho e fora deste.

Objetivos:

identificar as estratégias de coping utilizadas pelos trabalhadores de Enfermagem frente à morte de recém-natos em unidade de terapia neonatal e analisar a sua eficácia na minimização do estresse psicossocial frente à morte em unidade de terapia neonatal. Método quantitativo com delineamento transversal, que teve como campo uma unidade de terapia intensiva neonatal de um hospital universitário situado no município do Rio de Janeiro. Após a autorização do estudo pelo Comitê de Ética em Pesquisa e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, participaram do estudo 44 trabalhadores de Enfermagem. Na coleta de dados, utilizou-se um instrumento para a caracterização da amostra e o Inventário de Estratégias de Coping de Folkman e Lazarus (1984). Os resultados evidenciaram que a amostra foi composto, em sua maioria, por trabalhadores do sexo feminino, faixa etária entre 26 e 45 anos, casados e com renda familiar acima de oito salários mínimos. São estatutários, trabalham em regime de turnos, acumulam dois vínculos empregatícios e cumprem carga horária acima de 40 horas semanais. Dentre as estratégias de coping referidas pelos trabalhadores frente ao processo de morte e morrer do recém-nato, houve maior frequência de afirmativas para as estratégias: resolução de problemas, autocontrole e suporte social, respetivamente. Essas estratégias possuem papel relevante na minimização do estresse e desgaste do profissional, sendo ora centradas no problema, ora na regulação da emoção, podendo ser descartadas ou fazerem parte de um repertório próprio destes profissionais frente à morte de recém-natos, daí a sua importância na regulação e minimização do estresse. Conclui-se que as estratégias adotadas são relevantes por propiciarem o diálogo, a escuta e o compartilhamento de emoções, sentimentos e comportamentos, além de propiciarem a formação de redes de suporte social entre os próprios trabalhadores, sendo um importante recurso na minimização do estresse psicossocial.
The present study has as its theme "coping strategies used by nursing workers facing the death of the newborn in a neonatal intensive care unit". Death in a neonatal intensive care unit is a psychosocial risk factor for the health of nursing workers, which can lead to high levels of stress and repercussions for mental health. In order to minimize stress and take care of such fragile lives, nursing workers develop strategies for coping in the workplace and beyond.

Objectives:

to identify coping strategies used by nursing workers facing the death of newborns in a neonatal unit; and to analyze its effectiveness in minimizing stress in nursing workers facing death in a neonatal unit. This is a quantitative study with a cross - sectional design that included a neonatal intensive care unit of a university hospital located in the city of Rio de Janeiro. After authorization of the study by the Research Ethics Committee and signing of the free and informed consent form, 44 nursing workers participated in the study. Data collection was used to characterize the sample and the Coping Strategies Inventory of Folkman and Lazarus. The results showed that the sample profile was composed mostly of female workers, between the ages of 26 and 45, married and family income above eight minimum wages. They are statutory workers, shift workers, accumulate two employment bonds and fulfill work hours over 40 hours a week. It was evidenced that among the coping strategies reported by the workers regarding the process of death and dying of the newborn, there was a greater frequency of affirmations for the strategies: problem solving, self-control and social support respectively. These strategies play an important role in minimizing the stress and fatigue of the professional, being focused on the problem and regulating the emotion, and can be discarded or be part of a repertoire of these professionals before death, hence their importance in the regulation and minimization of stress. It is concluded that strategies focused on problem solving are relevant because they allow dialogue, listening and sharing of emotions, feelings, behaviors and provide formation of networks of social support among the workers themselves, which can minimize suffering and the frustration of the nursing professional facing death in the newborn.