Desvendando o estresse da equipe de enfermagem em terapia intensiva
Publication year: 1998
Este estudo teve como propósito investigar o estresse na equipe de enfermagem que atuava em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), clínicas e cirúrgicas, em um hospital público de cardiologia do município de São Paulo. A população foi constituída por 145 profissionais. Os dados foram coletados por intermédio da utilização de cinco inventários e três questionários, respondidos pelo grupo durante o período de trabalho. A população estudada caracterizou-se pela predominância do sexo feminino (83,3%), com mediana de idade de trinta e quatro anos, sendo 46,2% casadas e 41,4% solteiras, e a maioria (59,3%) tinha filhos. A população se distribuiu entre enfermeiros (36,6%), técnicos de enfermagem (13,1%) e auxiliares de enfermagem (50,3%), sendo a mediana do tempo de formado, sete anos, de serviço nos hospital, seis anos, e de UTI, cinco anos. A maioria (74,6%) desta população considerou o salário muito importante na renda familiar e 83,4% não tinham outro vínculo empregatício. Em relação à distribuição do grupo de UTIs, 64,8% trabalhavam em UTIs cirúrgicas e 32,2% em UTIs clínicas. Grande parte da população (70,3%) referiu sentir-se preparada para executar o trabalho, 78,6% apresentavam projeto profissional e 64,8% estavam satisfeitas profissionalmente. A maioria classificou como bom o relacionamento entre a equipe de enfermagem (62,8%), entre a equipe multiprofissional (68,3%) e entre os profissionais da sáude com os pacientes (69,0%). A maioria da população (87,6%)referiu utilizar alguma estratégia para diminuir o estresse. Com base nos inventários, a população estudada apresentou baixo escore de traço de ansiedade (70,3%), baixo escore de traço de estresse (84,1%), baixo escore de estado de ansiedade (69,7%) e baixo escore de estado de estresse (81,4%). A despeito destes resultados, em apenas 35,2% do grupo não foi diagnosticada alguma doença. Detectaram-se associações estatisticamente significantes entre o traço ) de ansiedade, traço de estresse, estado de ansiedade e o estado de estresse e a satisfação no trabalho. Houve associação estatisticamente significante do estado geral de saúde e as variáveis turno de trabalho, sexo e satisfação no trabalho. Observaram-se correlações estatisticamente significantes do estado de ansiedade com idade e número de filhos e do estado de estresse com a idade e tempo de formado. Apesar da literatura afirmar que os profissionais de enfermagem que atuam em UTI estão mais suscetíveis ao estresse, nesta pesquisa a grande maioria da ppopulação apresentou baixo nível de ansiedade e de estresse.
This study sought to evaluate the psychological stress to which the nursing staff of both clinical and surgical Intensive Care Units (ICUs) is submitted in a Cardiology public hospital in São Paulo. The study participants included 145 nurse professionals. Psychological stress was evaluated in the study group using 5 inventory scales and 3 questionnaires answered by the nursing team during work hours. The study population had median age of thirty-four years and was predominantly of the female sex (83.3%). The majority of these women had children (59.3%) but only 46.2% were married while 41.4% were single. The median time from graduation was seven years. Median hospital experience was six-years, five of which were in the ICU. the majority (74.6%) of the participants considered the salary critical for famuly support and 83.4% did not have another source of income. The distribution of the nursing staff between surgical and clinical ICUs was 64.8% and 35.2%, respectively. Most of the nurses (70.3%) considered themselves well prepared for working, 78.6% had further plans for professional development and 64.8% were pleased with their occupation. Most of the group considered the relationship in the nurse team good (62.8%) and also among the interdisciplinary teams (68.3%) and between patients and health professionals (69.0%). Based on the inventory scales, the study population demonstrated both low anxiety (70.3%) and low stress traces (84.1%). Similarly, the populationresponded with low anxiety state (69.7%) and low stress state (81.4%) to environment stimuli. The gratest part of the population (87.6%) reported the use of stress-reducing strategies. In spite of low anxiety and stress traces and states in this population only 35.2% of the participants did not have any underlying health condition. There was statistically significant association between good health condition and diurnal work shift, male gender (To Be Continued) and job satisfaction. A strong association between low anxiety state and younger age and smaller offspring was also observed. The association between low stress state, young age and ICU experience was also evident. Despite previous data reporting that the ICU nursing staff is more susceptible to psychological stress, this study demonstrated a low level of anxiety and stress in this group.