A singularidade e a sociabilidade de vivenciar a "tuberculaids" a morte anunciada
Publication year: 1997
Este estudo realizado dentro de uma perspectiva construtivista e histórica, teve como finalidade subsidiar as intervenções em saúde frente à co-infecção turbeculose e AIDS. Seus objetivos foram explicitar as representações sociais dos doentes acerca do vivenciamento do seu processo saúde-doença; desvelar a articulação entre as representações individuais e o processo social que as constrói e re-significar esse vivenciamento face às categorias empíricas evidenciadas a partir das representações sociais. Utilizou-se a representação social como categoria analítica para a apreensão do objeto de estudo e o método hemenêutico-dialético para a análise dos discursos. Realizou-se um estudo exploratório para dimensionar a co-infecção no local de estudo. Os depoimentos foram coletados através de entrevistas individuais com doentes que apresentavam a co-infecção e que se encontravam em tratamento em um Centro de Referência para diagnóstico e tratamento de doenças pulmonares, no período de Julho de 1995 a Julho de 1996. Emergiram do estudo duas categorias empíricas - o adoecimento: seus significados e metáforas e o vivenciamento do adoecer, constituído de duas sub-categorias - tuberculose: sofrimento físico e AIDS: a morte em vida, o viver para a morte e viver a vida. A análise permitiu explicitar a gênese social das representações individuais revelando que o doente re-significa o fenômeno da AIDS ao vivenciá-la e que essa vivência encobre a tuberculose, banalizando-a.Representações positivas orientam formas ativas de enfrentamento, enquanto que as negativas resultam em posturas de conformismo e negação frente ao processo de adoecimento. Conclui-se que viver a co-infecção faz surgir novas necessidades que configuram um desafio para a intervenção em saúde que se pretende baseada no resgate da solidariedade e da cidadania e na humanização da assistência.
This study, accomplished inside of a constructive and historical perspective had purpose to subsidize the interventions in health directed to the tuberculosis and AIDS co-infection. Its objectives were to identify the social representations of the sick ones concerning the living of its health-disease process; to watch the articulation between the individual representations and the social process that builds them and to re-signify that living face to the empiric categories evidenced starting from the social representations. The social representation was used as analytic category for the apprehension of the study object and the hermeneutic-dialetic method for the analysis of the speeches. An exploratory study took place to quantify the co-infection in the study place. The depositions were collected through individual interviews with sick that presented the co-infection and that were in treatment in a Center of Reference for diagnosis and treatment of lung diseases, in the period of July 1995 to July 1996. Two empiric categories emerged of the study - the ilness: its meanings and metaphors and the living the process of getting sick, constituted of two sub-categories - tuberculosis: physical suffering and AIDS, the tuberculosis, which existence encloses the tuberculosis. Positive representations guide active forms of facing the ilness, while the negatives result in conformism postures and denial front to the illness process. It is ended that to live the co-infection adds newneedings that configure a challenge for the intervention in health that intends itself based on the ransom of the solidarity and of the citizenship and the humanization of the attendance.