Padrões de atividade e de fragmentação do sono em pessoas idosas
Publication year: 1999
Os ritmos biológicos, entre os quais o ciclo vigília/sono, sofrem modificações com o envelhecimento, como o declínio da amplitude e o avanço de fase. A exposição dos idosos a pistas temporais regulares seria fator importante para preservar a robustez do ritmo circadiano de vigília/sono e minimizar sua fragmentação.
Este trabalho teve como objetivos:
descrever os padrões do ciclo vigília/sono de idosos sadios que tinham exposição sistemática a pistas temporais; identificar fatores que caracterizassem padrões extremos (ritmo circadiano consolidado e robusto/fragmentação acentuada) do ciclo vigília/sono; identificar relações entre o ciclo vigília/sono destes indivíduos e o ritmo de temperatura corporal central. Foram estudados 61 idosos sadios e ativos de 65 a 76 anos de idade, de ambos os sexos que freqüentavam um programa de atividades específico para a terceira idade.Os dados foram coletados em três etapas:
a) avaliação clínica, psicologia e da qualidade do sono; b) coleta de dados por meio de Diário de Sono e Actigrafia de 23 idosos selecionados da etapa anterior, durante 23 dias consecutivos; c) Diário de Sono, Actigrafia e medidas de temperatura oral durante nove dias, em seis idosos com padrões extremos do ciclo vigília/sono, identificados pela análise dos registros anteriores. Os resultados mostraram que os indivíduos mais idosos apresentavam ciclo vigília/sono mais consolidado; não foi encontrada correlação entre a idade e a fragmentação do sono, o prejuízo da qualidade subjetiva do sono ou a alocação precoce dos horários do ciclo vigília/sono e de rotinas do cotidiano. A pior avaliação da qualidade do sono era associada ao padrão de sono fragmentado. As interrupções do sono tinham correlação negativa com os cochilos, contrapondo-se ao conceito de que os cochilos seriam uma compensação à fragmentação do sono, ou a causa desta. Idosos com sono mais fragmentado apresentaram tendência a maior ) variabilidade intra-individual em parâmetros da alocação do sono nas 24 horas. A exposição mais duradoura à luz intensa (acima de 3.000 lux) esteve relacionada à melhor qualidade do sono. A amplitude do ritmo cicardiano de temperatura corporal mostrou-se relacionada à robustez da presença do componente circadiano no ciclo vigília/sono. A atenuação do ritmo de temperatura corporal não se mostrou associada à qualidade subjetiva do sono, nem à idade dos sujeitos.
Biological rhythms, including sleep/wake cycle, show several changes related to the aging process, such as amplitude decline and phase advance. Exposure to strong, regular temporal cues could help elderly people to maintain robust circadian rhythms and reduced sleep fragmentation.