Espaços de representação da loucura: religião e psiquiatria
Publication year: 1999
O presente trabalho objetivou desvelar as representações que o sujeito doente mental, elabora sobre seu processo saúde-doença mental, privilegiando dois espaços formadores de representações: a Psiquiatria e a Religião. A teoria moscoviciana de representação social foi adotada como referencial teórico-metodológico. Ampliando a intervenção reabilitatória em Enfermagem em Saúde Mental e a construção de conhecimentos, a entrevista acolheu e permitiu ao sujeito falar da vivência de seu processo de adoecimento e de sua busca de ajuda no cotidiano, na interação entre Psiquiatria e Religião. Esta escuta dos fatores psicossociais permitiu o conhecimento das representações destes sujeitos; representações estas que orientam a ação, que são construídas socialmente e possibilitam uma transformação no campo da assistência e do ensino. Foram realizadas 12 entrevistas, porém optou-se pela análise da fala de seis sujeitos que sintetiza as demais; as outras seis compõem um pano de fundo. As entrevistas ocorreram em Instituições de Assistência Extra-Hospitalar que seguem o ideário da Reforma Psiquiátrica e da Reabilitação Psicossocial. Os temas, definidos a partir da análise dos dados, reconstróem o adoecer psíquico através do tempo das crises e da diversidade nas buscas de ajuda. O fluxo de sensações vivenciadas pelos sujeitos, é pontuado no corpo, na mente e na exclusão social. Finalmente, a construção representacional do processo saúde-doença mental pelo sujeito, não se fixa nem na Psiquiatria, nem na Religião. Há um movimento em busca de ancoragens nos dois espaços, expresso na seleção das formas explicativas e controladoras diante do sofrimento psíquico. Esta seleção é mediada pela história individual, podendo haver ora predomínio de um espaço sobre o outro, ora sincronicidade, ora antagonismo.
This study aimed to watch representations the mental ill patientes elaborate bout their process mental health disease, privileging two spaces that establish the representation: Psychiatri and Religion. The moscovician theory of social representation was adopted as a theoretical-methodological referential. Expanding the intervention in rehabilitation in Mental Health Nursing and the structuring of knowledge, the interview accepted and allowed the fellow to talk about the sicken process experience and his search for help in the daily life, in the interaction between Psychiatry and Religion. This listening of the psychosocial factors allowed these fellows representations acknoeledge. Such representations guide the actions, which are socially build up and allow a transformation in the assistance and educational field. Twelve people were interviewed, but the option was to analyze the speech of six of them, which synthetize all the other ones; the remaining six compose a backdrop. The interviews took place in Extra-Hospitalar Psychiatric Assistance Institutions that follow the Psychiatric Reformation and the Psychosocial Rehabilitation. The themes defined from the analyzes of the data, rebuilt the psychic sicken over the crisis period and the diversity in the search for help. The sensations flood lived by the fellows is punctuated in the body, mind and in the social exclusion. Finally, the mental health disease process representational construction made by thefellow is establish neither in Psychiatry nor in Religion. There os a motion in a search for anchorages in both spaces, which is expressed in the selection of the explanatory and controllers froms in front of the psychic suffering. This selection is madiated by the individual history and can show the predominance of one space over the other one synchronism or antagonism.