A dialética da representação do tratamento quimioterápico para o doente oncológico: vida "versus" morte
Publication year: 1999
Neste estudo buscamos compreender o que é o tratamento quimioterápico para o doente oncológico, especialmente aquele que é tratado na quimioterapia ambulatorial do Hospital São Paulo - Universidade de Federal de São Paulo. Optamos por buscar as representações do tratamento quimioterápico para o doente oncológico por intermédio da análise de discurso e tendo o materialismo histórico e dialético como região de conhecimento. A investigação nos mostrou a relação dialética entre a doença câncer e o tratamento quimioterápico representando, respectivamente, morte "versus" vida determinada pela onipotência do Divino. Enquanto a doença concretiza a finitude, o tratamento oferece a esperança de vida, ou seja, é o Divino materializado. Com vistas à perenidade o doente aceita o sofrimento gerado pelo tratamento, profissionalmente instituído, minimizando-o com resignação. Reconhecer com clareza essa rede de representações é um passo fundamental para a conscientização da necessidade de transformar a prática profissional em sua integralidade com liberdade e ética.
By means of the present study, the investigator intended to understand what the chemotherapic treatment represents for the oncological patient, particulary the one submitted to chemotherapic treatment in the Ambulatory of São Paulo Hospital - Federal University of São Paulo - UNIFESP. The chosen mode was to seek for representations of the chemotherapic treatment using the discourse analysis and based in the historical and dialetic materialism as the Knowledge region. The study was able to show the dialectical relationship between the cancer disease and the chemotherapic treatment representing respectively life versus death as determined by the Divine Providence. While the disease substantiates contingency, it provides hope for living, or else, Providence becomes corporeal. Hoping for perenniality, the patient accepts the suffering caused by the professionally instituted treatment, and resignedly minimizes it. To clearly recognize this representational network is a fundamental step to become aware of the need to integrally change the professional practice based on human freedom and professional ethics