Satisfação profissional entre enfermeiras de UTI: adaptação transcultural do Index of Work Satisfaction (IWS)
Work satisfaction among critical care nursescross-cultural adaptation of the Index of Work Satisfaction
Publication year: 1999
Satisfação profissional é um fenômeno complexo e multivariado, vivenciado pelos indivíduos como um estado comportamental derivado de fontes internas e externas. Considerando o ambiente das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) como fontes geradoras de estímulos externos - positivos e negativos, é essencial uma investigação sistemática para examinar o nível de satisfação das enfermeiras de terapia intensiva em relação ao seu contexto de trabalho. Para atender a essa proposta, o objetivo desse estudo foi adaptar o Index of Work Satisfaction (IWS) - Índice de Satisfação Profissional (ISP) para a cultura das enfermeiras brasileiras de terapia intensiva e identificar seu nível de satisfação profissional.
O ISP compreende uma escala de 44 ítens que mede o nível atual de satisfação profissional e comparações pareadas que medem a importância relativa de seis componentes de satisfação profissional:
autonomia, interação, status profissional, requisitos do trabalho, normas organizacionais e remuneração. A estrutura metodológica que orientou o estudo baseou-se nas diretrizes de adaptação e validação transcultural de medidas, como propostas pela literatura. A abordagem metodológica compreendeu um comjunto de etapas padronizadas para atingir equivalência idiomática, cultural e conceitual, e para avaliar as propriedades psicométricas do instrumento adaptado, pelo uso de traduções, re-tradução, revisões por especialistas e testes estatísticos. A validade aparente e de conteúdo daversão traduzida do ISP foi analisada através dos julgamentos de especialistas, sustentando sua adequação. A amostra do estudo consistiu de 84 enfermeiras representando oito UTIs, que responderam a um questionário específico para o alcance dos objetivos. Os dados analisados nesse estudo foram provenientes de 70 questionários utilizáveis. A maioria das respondentes era do sexo feminino (90.0%). A idade média foi 30,42 anos e o tempo médio de ) experiência em UTIs foi de 5,49 anos. Após a eliminação de cinco ítens da escala total, o coeficiente alfa de Cronbach indicou uma confiabilidade de 0,74 e o tau de Kendall entre o escore total ponderado e o escore não ponderado foi de 0,98.As enfermeiras de terapia intensiva classificaram a importância dos componentes de sua satisfação profissional:
autonomia, remuneração, interação, requisitos do trabalho, status profissional e normas organizacionais, do mais importante para o menos importante. Os níveis atuais de satisfação profissional classificados de acordo com os componentes da escala, do mais satisfatório para o menos satisfatório, foram os seguintes: status profissional, interação, autonomia, requisitos do trabalho, normas organizacionais e remuneração. Houve, portanto, dissonância entre o nível de importância atribuído e o nível de satisfação percebido. A abordagem metodológica utilizada assegurou que o instrumento traduzido mantivesse a equivalência com o original e preservasse suas propriedades de medida. Possibilitou, também, obter informações valiosas relacionadas ao nível de satisfação profissional das enfermeiras brasileiras de terapia intensiva.
Work satisfaction ie a complex and multifaced phenomenon experienced by individuals as a comportamental state derived from internal and external sources. Considering Intensive Care Units'setting as generating sources of external - positive and negative - stimuli, it's essential a systematic investigation to examine the level of critical care nurses'satisfaction with their work context. In order to meet that purpose, the aim of the present study was to adapt the Index of Work Satisfaction (IWS) to Brazilian critical care nurses culture and to identify their level of work satisfaction. The IWS comprises a 44 item scale that measures the current level of work satisfaction and paired comparisons that masures the relative importance of six work satisfaction' components: autonomy, interaction, professional status, task requirements, organizational policies and pay. The methodological framework that guided the study was the guidelines for cross-cultural adaptation and validation of measures, as proposed by the literature. The methodological approach comprised a set of standardized steps to achieve idiomatic, cultural and conceptual equivalence and to assess the psychometric properties of the adapted instrument, by the use of translations, back-translation, reviews by experts, and statistical tests. Face and content validity of the translated version of the IWS was assessed by experts'judgements supporting its adequacy. The study sample consisted of 84 critical carenurses, representing eight ICUs. Data were collected from 70 useable questionnaires. The majority of the respondents were female (90,0%). The mean age was 30,42 years and mean lenght of experience in ICUs was 5,49. After the reduction of five items of the total scale, Cronbach's alfa coefficient indicated a reliability of 0,74 and Kendall's Tau between the total weighted score and the unweighted score was 0,98. Critical care nurses rank-ordered autonomy, pay, interaction, task requirements, professional status and organizational policies from the most to the least important component to their work satisfaction. The ranking of their current levels of work satisfaction was professional status, interaction, autonomy, task requirements, organizational policies and pay from the most to the least satisfying, indicating dissonances between level of importance expected and level of satisfaction perceived. That methodological approach ensured that the translated instrument kept equivalence to the original and preserved its a measurement properties. Furthermore, it was possible to gain valuable informations concerning the level of Brazilian critical care nurses'work satisfaction