Manejo de delirium no paciente em unidade de terapia intensiva oncológica: elaboração de protocolos de diretrizes de cuidados

Publication year: 2017

Objetivo:

propor diretrizes de cuidado de manejo de delirium em uma unidade de cuidados intensivos oncológica, utilizando as recomendações do Clinical Practice Guidelines for Pain, Agitation, and Delirium (PAD).

Método:

estudo transversal para avaliar a frequência de delirium no período de três meses e para avaliar e validar diretrizes a partir do PAD em prontuários. Foi realizado com 43 profissionais na unidade de cuidados intensiva oncológica de um hospital especializado em oncologia da rede pública do Estado do Rio de Janeiro, que é um roteiro para o desenvolvimento integrado, com base em evidências, e para a prevenção e tratamento da dor, agitação e delirium em pacientes críticos. O instrumento preliminar proposto foi avaliado/validado através da metodologia Delphi, obedecendo consenso de 80% e Índice de Validade de Conteúdo (IVC) para análise do grau de importância de 0.78. Durante os meses de outubro a dezembro de 2016.

Resultados:

Cento e trinta e cinco prontuários de pacientes internados na UTI/UPO foram incluídos no estudo. A média de dias que precedeu a internação destes pacientes na unidade de cuidados intensivos oncológica foi de 10,3 dias. Encontrou-se uma frequência de 39,3% de pacientes com delirium no período pesquisado. Considerando apenas os pacientes sob ventilação mecânica, a frequência de delirium foi de 64,6%. O resultado do teste U indicou diferença significativa entre os grupos conforme o tempo de permanência na unidade de cuidados intensivos oncológica (p < 0,01). Pacientes internados por até sete dias tiveram tempo médio (M= 0,36; DP= 0,89) de duração de delirium (em dias) significativamente inferior aos de pacientes internados por oito dias ou mais (M = 4,58; DP = 4,80). Na análise ajustada foi identificado que os pacientes submetidos a traqueostomia (OR = 4,15; IC95% 1,33 – 12,94; p = 0,01) e ventilação mecânica (OR = 7,64; IC95% 2,41 – 24,25; p < 0,01) apresentaram maiores chances de delirium do que os pacientes que não foram submetidos a tais procedimentos. Sobre as diretrizes todos os 19 itens avaliados obtiveram a concordância maior de 80% e IVC maior de 0,78, a validação dos juízes na etapa Delphi 1, com consenso de 19 itens, foi um resultado considerado positivo, em especial, pela extensão do protocolo e diversidades de temáticas envolvidas com o manejo de delirium com pacientes oncológicos em UTI, o que poderia ter aumentado as chances de inadequações, apesar da análise dos resultados obtidos na 1ª de rodada da Técnica Delphi obterem índice de concordância mínimo de 80%, a análise dos comentários e das sugestões realizados pelos juízes determinou a realização de alterações no conteúdo dos itens, que foram submetidas à nova avaliação do grupo, no Delphi 2 utilizando Método de Pascali com valores percentuais superiores a 90%. Isso atesta que as diretrizes se encontram competente, quanto ao seu conteúdo, para avaliar o que se propõem: o manejo do delirium em paciente oncológico na UTI. Conclusão, aplicabilidade e impacto: a elaboração e validação das diretrizes revelou-se pertinente pela alta concordância dos pares visando uma melhor gestão do delirium para qualidade em cuidado e melhores desfechos, manejos e incidência do delirium